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Maarten Janssen, 2014-

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[1619]. Carta de Gabriel Dias para o seu filho, Gaspar Fernandes de Leão, mercador.

SummaryO autor pede ao filho que não confesse à Inquisição o que fez com os seus familiares e amigos.
Author(s) Gabriel Dias
Addressee(s) Gaspar Fernandes de Leão            
From Portugal, Faro
To Portugal, Faro
Context

Este processo diz respeito a Gaspar Fernandes de Leão, preso pela Inquisição a 14 de janeiro de 1619 por culpas de judaísmo. Tinha começado a aprender Latim quando foi preso. Foi torturado para que dissesse a verdade e condenado a abjuração de leve, cárcere e penitências espirituais ao arbítrio dos inquisidores, instrução ordinária, pagamento de 20 mil réis para os presos mais pobres, despesas da Inquisição em não mais que um terço dos seus bens e pagamento de custas.

Gabriel Dias, pai de Gaspar Fernandes de Leão e autor das cartas transcritas, já tinha sido preso e reconciliado pela Inquisição, juntamente com a sua mulher. Morreu em Cabo-Verde quando foi buscar um dos seus filhos. As cartas transcritas foram entregues pelo autor ao carcereiro da cadeia de Faro para que este as entregasse ao réu, mas o carcereiro Pedro Valente acabou por as entregar à Inquisição, nas mãos de João C. Neto.

Support um quarto de folha de papel não dobrada escrita apenas no rosto.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora
Archival Reference Processo 2326
Folios 15r
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2015

Page 15r

[1]

filho d alma nos snor guardai ho vestejo que não volo ache! vos acompanhe he va cõvosquo he vos

[2]
sostente na sua grasa amen a primeira coiza que vos pidimos
[3]
todos he vos pedẽ amiguos he que não diguais ho que fizes
[4]
tes porq ben sabeis quanta honra he sairdes livre como saire
[5]
is confi en noso snor pois levais diamte q esa mulher he todos
[6]
hos seus que não ouza outra pesoa que vos condenar he ten
[7]
de bon anemo que por que mto que vivais he vos diguão a meta
[8]
de são me dis he faze mto por sairdes ben por q ho que todos na te
[9]
ra dizen de vos fique mais aventejado he onrais as barbas de
[10]
voso cunhado que tãoto sente vosos trabalhos he asin fareis ben
[11]
a vos he aqui vos espera he estai esperto que ha pra coiza que
[12]
vos diseren vos an de dizer que tendes testemunha hou teste
[13]
munhas de nasão porque vos não tendes la coiza vosa he pode
[14]
ser que nan vos daren culpa quando a alevaves he estai aver
[15]
tido que aves de responder ho que vos dis no outro he não vos fi
[16]
es de companhia he estai mto confiado en ds que vos a de
[17]
fazer m porq temo por nova serta que estão cartas em Lxa
[18]
na do bispo que vierão de madrid que se mãdou deter ho
[19]
auto por parte do fidalguo que ten o sogro que fas mto po
[20]
r iso he esperase grãdes merses en ds que has pode fazer
[21]
he estai mto consolado que aves de vir ben pa vosa caza
[22]
ds vos livre amen

[23]

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