O autor relata o que tem passado e garante o envio de certas encomendas, transmitindo muitas lembranças a familiares e amigos. Comenta uma série de factos que tem vivenciado naquelas partes do Oriente, como sejam a prostituição, o custo em amealhar dinheiro, a carestia dos bens, as ordens régias que obrigavam à permanência por longos períodos e os salários competentes, as relações adulterinas dos portugueses, o seu desinteresse em manter contacto com as suas mulheres e família em Portugal, entre outros.
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[2] | portuges ha de estar todo dia com ella na cama que tão quentes
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[3] | são veja Vm de que modo se parão os homẽs nestas partes porque
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[4] | os mais deles morem de males nestas partes o jugar não tem conto
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[5] | os pagodes mto mais e mta gente estraguada e cazados em portugal
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[6] | e algũs que ha mais de vinte annos que andão nestas partes, que
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[7] | se lhe da pouquo tornarem a ir pa portugal depois de ter escrito
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[8] | a Vm me mandou chamar o filho do sor luis João a são roque
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[9] | aonde esta e me deu quatro pardaos e huã bolsa de reliquias e huãs
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[10] | contas e estivemos falando mto devagar aserqua da sua gente
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[11] | deme mtos agardesimtos disto ao sor luis João e a snora ma Correa que
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[12] | tem hũ filho mto querido dos padres e mto virtuozo so a elle achei
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[13] | que me favoresese em goa anto friz alevantou a tenda e não
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[14] | no achei qua he ido pa a china meu primo anto gomes prata
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[15] | ainda não he cheguado a couchim conforme me derão por novas
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[16] | quando tornar a goa dandome ds vida e saude falarei com
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[17] | anto friz e escreverei a couchim a meu primo aserqua da pre
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[18] | curasão de vm pa ver se tem algũ rimedio e quando não eu farei
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[19] | com isso e sem isso farei o que devo pa com Vm pois por amor
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[20] | de Vm vim a estas partes aonde fiquo com saude ds seja
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[21] | louvado nesta Cidade de diuu mas feito hũ mulato queimado
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[22] | das grandes calmas que ha de contino nestas partes por via
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[23] | do sor simão galvão amiguo de Vm me pode Vm todos os annos
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[24] | escrever que o sor seu filho me mandara as Cartas a esta Cidade
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[25] | de diuu, aonde fiquo morador, e val nella mto o esmiril de por
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[26] | tugal pa os barbeiros espadas e ferros d adagas mais valem do
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[27] | que em goa e pedras de dourador de azular, disto tudo que diguo
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[28] | ha mister dro pa vir pa qua e Vm esta mto cansado e pobre mas ds
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[29] | acudira as maiores presas pello amor de deos e pela alma de
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[30] | minha mai que santa gloria aja emcomendo a Vm o negosio
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[31] | da gente da mouraria porque me releva de tudo Vm me avize
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[32] | mto, meudamte eu me resebi a doze de maio de seissentos e vinte
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[33] | e quatro em santa Justa se for nesesario o livro irse buscar
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[34] | pa alguã Couza pode Vm tirar dele hũa Certidão fazendoze
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[35] | huã petizão ao vigairo geral em que mande dar huã sertidão
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[36] | do asento que se fes quando me resebi qua nunqua fora que outro
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[37] | galo me cantara e nos resebeo o pe fernão roiz natural
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[38] | da golegam os mais dos dias e todas as horas me alenbrão as tarefas
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[39] | de taboas que Vm levava todas as noites pa fazer não hei de
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[40] | ir pa portugal dandome deos vida e saude sem levar dous vin
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[41] | teis pa ambos de dous comeremos de araia frita da mão da snora
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[42] | maria da silva a quem de meus recados que eu lhe mandarei
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[43] | pa o anno huãs contas pa ella e outras pa a snora sua filha
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[44] | mandarme ha Vm dizer quem sahio o anno de seissentos
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[45] | e trinta e tres por misteres e que oficios e tãobem quem
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