O autor relata o que tem passado e garante o envio de certas encomendas, transmitindo muitas lembranças a familiares e amigos. Comenta uma série de factos que tem vivenciado naquelas partes do Oriente, como sejam a prostituição, o custo em amealhar dinheiro, a carestia dos bens, as ordens régias que obrigavam à permanência por longos períodos e os salários competentes, as relações adulterinas dos portugueses, o seu desinteresse em manter contacto com as suas mulheres e família em Portugal, entre outros.
[1] | sahio por Juis do oficio de Vm e por escrivão e compradores
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[2] | não lhe mãndo agora nada porque não estou em goa mas
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[3] | estamos esperando que venha a esta Cidade de diuu aonde fiquo
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[4] | morador a cafela de cambaia então lhe mandarei os fardos
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[5] | d arros e calsois branquos e algũs canequis e o que eu puder qua de
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[6] | presa se vai hũ anno e tudo ha de ir por via do filho do sor simão
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[7] | galvão e em mantas vou ajuntando as pataquas dos quarteis,
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[8] | e mto bem fechadas por que não aborlesão nem se danem deme
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[9] | Vm mtos recados aquela velinha que vai todos os dias a nossa snora
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[10] | da vitoria a puxar pella campainha que me emcomende mto
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[11] | a nossa snora da vitoria nos devensimto nestas partes contra os ma
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[12] | lavares e orlandezes que eu lhe mandarei pa o anno ds querendo
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[13] | pa fazer hũ par de capelos, ao sor gerardo glz me de mtos recados
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[14] | que espero, em ds que ainda nos avemos de ver e que ainda esta
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[15] | vivo quem aguentou aquela ilha antigua que ainda nos ave
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[16] | mos de ver com outra entre mãos mtos recados me de ao sor agostinho
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[17] | d abreu que sou seu criado o seu obreiro a salvamto e ao sor luquas
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[18] | de canes e a e ao seu obreiro e ao sor mel friz e ao sor dominguos dias
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[19] | e ao sor bartolameu luis e ao seu obreiro luis gonsalves que nesta
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[20] | Cidade de diuu fiqua hũ seu irmão que se chama gaspar roiz
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[21] | mto bem desposto e valente e anda no meu navio os mesmos recados
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[22] | ao sor meu padrinho João de brito e ao sor romão Jorge e ao sor
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[23] | matheus nunes e ao sor mel roiz nosso vezinho que foi e a sora
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[24] | Izabel pinheira e a matheus e que eu lhe mandarei as suas
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[25] | promesas e ao sor mel Jorge e ao patrisio de Vm que esta com
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[26] | elle na sua tenda e ao sor frco rebelo e a sora sua hospeda que
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[27] | ainda hei de ir a tempo pa levaremos a sora sua filha a porta
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[28] | da igreja ao sor migel alvres que sou seu ate morte e que
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[29] | pello tempo adiante ele o vera dandome ds vida e saude
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[30] | ao sor, domingos pires e a brás pires tãobem me de meus recados que
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[31] | qua estou esperando por elle e quando não eu lhe mandarei,
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[32] | a ambos pa hũ par de manteus pa o anno ao sor ambrozio jaques
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[33] | tãobem meus recados que eu lhe prometo de lhe mandar pa
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[34] | a sua filha pa fazer hũ vistido que me emcomende a nossa
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[35] | sora do rosario, ao sor mais recados ao sor,
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[36] | anto lourenso e ao sor, bastião de xares os mesmos e juntamente
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[37] | ao meu sor fernão mendes e a todos os mais que por mim pergun
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[38] | tarem a Vm e no cabo de todos estes amigos d alma em parti
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[39] | cular, ao meu amigo do corasão e de Vm simão da costa e a sora
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[40] | sua molher maria pedroza que eu lhe mandarei o que lhe
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[41] | pormeti pa o anno que ainda não tenho mto fato de meu e que
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[42] | espero em deos de ter pão mto sedo que me encomende a deos
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[43] | em suas orasois eu eu o mais depresa que poder ir a goa hei de
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[44] | ir pa mandar a Vm o que tenho na vontade e pa a sua tenda
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[45] | que ponhão os olhos nella e juntamte em Vm porque levo
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