PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

[1569]. Carta de Florentina da Cunha para Jorge Machado, padre.

Author(s) Florentina da Cunha      
Addressee(s) Jorge Machado      
In English

Love letter from Florentina da Cunha to her confessor, Jorge Machado, a priest.

The author tells her addressee that she is in love with him. She promises him that she is able to keep their relationship a secret.

Jorge Machado, a priest who was the vicar of São Vicente da Beira, was prosecuted by the Inquisition of Lisbon for heretical statements, Lutheranism, sacrilege and solicitation in confession. He was accused of having sexual intercourse with several women during confession, giving them a part of the holy wafer as a compensation and convincing them they had committed no sin.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 29r

[1]
[2]
jesus

Snor jorge machado a descõfiãsa q sintii vm q di mi tinha me deu

[3]
tãoto desgosto em cuidar no seu q aho prezẽte como vm sabe quando
[4]
mo deu a ẽtẽder me tapou a boca não lhe respõder segundo o sobejo q tinha
[5]
no corasão segãdome a prezẽsa de vossa merce a qual se mi cũpre o q diz
[6]
õde sobeja bẽ sepre falese palavras e pois q as ẽtão não tive n auzẽsea
[7]
as tirei serei semelhãte aho solitario q não cãta senão foraa do ninho e
[8]
da cõpanhia escolhedo pera isso pequeno de tẽpo ja q meus pecados
[9]
querẽ q ho possa ter elle sẽ sobre sãtos de cadarão ja me
[10]
ẽtẽde dezejado eu de ouvir e respõder as seguridades de suas pala
[11]
vras pidido a vm q asi este seguro aserca de mi e ho q lhe afirmo não
[12]
por duvida q a meu pareser não chego a vite e doz annos e aserca
[13]
do q me dixe q me guardasse me tenho em cõta de sẽto e vinte dous
[14]
e tão fora estou disso como pode estar huma velha desta idade e se
[15]
meu pai o minha mai quizesẽ ho cõtrario eu tomaria por partido meter
[16]
me frera e deixar sua cõversasão ainda q me seria trabalho o qual
[17]
louvores a deos e dutro fora estou porq quẽ me deixou pasar asi a
[18]
mininise tãbẽ me deixara passar a musidade e a vilhise se la chegar
[19]
serto q eu seu quem teve poder pera ẽformar vm de couzas de q eu
[20]
tão fora estou nẽ nẽgem me acõselhar ho cõtrario de meu corasão salvase
[21]
minha mai na sua doẽsa zõbãdo eu disso no fazedo cazo lho dixe porq
[22]
se deitara mão disso claro esta q lho dixera pois eu tãta amizade tenho
[23]
elle pudera eu cuidar couza meu corasão de q elle fora sabedor
[24]
quanto mais obrala pessolhe q esta cõfiãsa tenha mi como muito meu snor
[25]
e amigo tabẽ lhe pesso q se auzete tãoto pois sabe a saudade q me
[26]
cauza noso sor o esforse nesses travalhos de cõfisõis o portador desta
[27]
vai ẽganado cuida q he carta do frade.

[28]
de sua muito

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view