O autor dá notícias à sua mulher, dizendo que está vivo e contando as aventuras e doença por que passou, justificando com isso o facto de não ter escrito ou aparecido mais cedo.
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permita noso snor q esta vos tome con perfeita saude q
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este voso marido vos dezeja ja estou muito emfadado
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de escrever tantas cartas como tenho escrevidas sim
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ter reposta de nenhuma e ja me parece q não sou
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alembrado por bento barboza mas quando vos isti
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veres mais descuidada antão vos ei de emtrar
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pela porta se deos quizer por iso estai aver
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tida do q vos emporta porq não poso mais q nestas
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partes quen não tem cabedal pa guaanhar sua vida
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não chegan culpa a não tive noticea estando
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na china q vos me escreveras por ho carbalho q fomos
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ja embarcados numa armada cervindo el rei q porou
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vera deos q não me metera a cervir el rei porq não
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pagua jamais q com papeis mas ja estou desemga
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nado de o servir se não ce for con prata na mão
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novas minhas são ficar de caude deos louvado
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pa tod o sempre mandai boas novas a vosa sogra
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de min e mais a minhas tias irmãs de minha mai escrebe a
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a minha mai q digua a minha tia dona iabel q coma muito
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embora o q me deixou meu pai q deos tenha no seu re
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to q sedo me deos trata pa recadar o q for meu
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e q de a saber ao jois dos orfãos q sou vivo e
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mais ao escrivão q core os papeis dos orfaos
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e de tudo isto eu tenho a culpa poi não quis are
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cadar o meu ja vos sabereis dos riscos q pasamos
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quando ce perde a nau na costa de milinde ce
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não forão os mouros q estavão fazendo res
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gmento naquela costa ja nos querião cortar
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a cabeça mas os mouros derão por nos muitos
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panos q trazião pa venderen a hes propios hũ a
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no não tive hũ dia de saude por respeito das
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mas augas q ali avia naquela costa o comer
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era marisco da proha e tam bondia q o podia
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mos achar pa comer cru q não lhe damos lugar a mais
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mas como fomos a bombuca logo nos derão
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