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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | José António Maltezinho, sob nome falso e ameaças, pede ao deputado Vicente António dinheiro para libertar um companheiro da cadeia. |
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Autor(es) | José António Maltezinho |
Destinatário(s) | Vicente António |
De | Portugal, Lisboa, Cadeia do Limoeiro |
Para | S.l. |
Contexto | A carta transcrita, da autoria intelectual de José António Maltezinho, foi redigida por outro preso, António Maria de Lemos, com assinatura e profissão falsas: João Espanha, capitão. O carcereiro da cadeia do Limoeiro entregou ao juiz do crime, Francisco de Paula de Aguiar Ottolini, uma carta que lhe foi dada pelo preso António Maria de Lemos, de alcunha «o Barradas». Na presença do ministro, confessou ser da sua autoria a carta destinada ao seu tio (CARDS0067). Após a comparação da letra com a de uma outra carta, destinada ao deputado Vicente António, o juiz interrogou António Maria de Lemos acerca da autoria da mesma, já que as letras eram semelhantes. António Maria de Lemos respondeu que José António Maltezinho lhe pediu que escrevesse uma carta dirigida a um António, morador na Calçada do Duque. O conteúdo dessa carta consistia num pedido de 33 moedas e em várias ameaças, caso o pedido não fosse satisfeito. A quantia devia ser entregue às grades da cadeia, a um preso de cujo nome já não se recordava, embora o tivesse escrito na dita carta. Acrescentou que não denunciou José António Maltezinho por ignorar a prática da cadeia, visto que estava preso havia dois dias e não sabia a quem se dirigir. Também temia os outros presos, receando que o agredissem por serem homens «facinorosos». O preso que devia receber o dinheiro junto às grades chamava-se Manuel da Cruz. Porém, este último negou estar envolvido em tal logro, afirmando que não sabia ler nem escrever. Manuel Cruz acabou por admitir que o preso José António Maltezinho lhe entregou um papel cortado que ele deveria levar junto às grades para receber o dinheiro de quem levasse a outra metade da senha em papel e gritasse pelo nome de António Roberto e assim aconteceu. Contudo, no momento em que recebeu o dinheiro, foi surpreendido pelos guardas. Quanto à carta, nada sabia dela, a não ser que era dirigida a um homem que morava na Calçada do Duque e que tinha estado envolvido no crime de Francisco António da Mota. José António, de alcunha o «Maltezinho», interrogado acerca do seu envolvimento no caso, confessou estar na origem do mesmo, mas sublinhou que as ameaças eram falsas pois pretendiam apenas amedrontar o destinatário e fazê-lo pagar. José António Maltezinho foi condenado a degredo para Angola por se ter provado que era salteador e capitão de uma quadrilha de ladrões. Manuel da Cruz estava já condenado, por outro crime, a 3 anos de degredo para as ilhas de Cabo Verde. Este processo contém, no seu fólio 7, as duas senhas apreendidas pela Intendência Geral da Polícia. Consistem em dois pedaços de papel que se ajustariam um ao outro no momento da entrega do dinheiro. |
Suporte | meia folha de papel dobrada escrita em todas as faces, com sobrescrito no verso do segundo fólio. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Casa da Suplicação |
Fundo | Feitos Findos, Processos-Crime |
Cota arquivística | Letra M, Maço 44, Número 6, Caixa 89, Caderno [2], Ap1 |
Fólios | 4r-5v |
Transcrição | Leonor Tavares |
Revisão principal | Cristina Albino |
Contextualização | Leonor Tavares |
Modernização | Clara Pinto |
Anotação POS | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2007 |
1822. Carta anónima, atribuída a José António Maltezinho, salteador, escrita a Vicente António, deputado.
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