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1819. Carta de Francisco José de Araújo, mestre de navio, para José Dias de Campos, negociante.
Autor(es)
Francisco José de Araújo
Destinatário(s)
José Dias de Campos
Resumo
O mestre do Carolina, um navio roubado, procura ilibar-se de culpas inventando uma história.
Texto: -
Galiza Noia
Snr Joze Dias De Campos
Meu amo E snr
Serve Esta a dezer a Vmce Em que
No dia 9 De Setembr fui prizionei
ro Dos EmSurgemtes jumto
ó Cabo De sãota Maria 10 leguas
fora Da tera omde os Ditos
tirarão algumas Cozas Milhores
E Meterão o Navio a Pique
No dia 10 Nos querião Butar Em
tera Porem EmComtrarão huma
fragata que li deu Caça Emte
o Dia 11 que ficou a Perder De vista
No Dia 17 hó 18 EmComtrarão
huma galera amerecana ahomde li
Embarcarão 9 Peçoas E mi deixarão a Bor
do Mais Dois marinheiros
Na altura
Dos asores No dia 20 De sbro Emcomtrarão
hum Brigamti òlomdes que Vinha
Para AMestredam E Me Embarcarão
Mais os Dois Marinheiros
No do Dia 2
De Nbro Carigou o tempo Pelo Nordeste
Por altura De finistera segumdo
a Volta Da tera
Pidi ó Capetão que
Me botaçe Em tera E fui No bote
ali Não Mi quizerão Dar Emtrada
Porque Dizem que amdão algumas
Navios Com peste No Mar
ali Es
tive 5 Dias No bote E mi mandarão
que Viece a Bigo ó Comculo Pois hé
o Pimcipali Destas teras
Não tive
Rimedio senão hir hó lomgo Da Costa
No dia 9 Sahi Da dita tera homde
fui que i li xamão Corcobião Pela Ma
nham Com bonamça
as 10 horas Da
Note Mi axei Por tera Dos baxos
De corebedo homde Demos Em huma
Pedra
aRombou o Bote Por tres
Partes e tamos Com a mes Ropa
E fomos
a Varar Em tera omde Vim a Este Porto
hó Vila De Noia que hera a Mais
roximo Vila do Mar amdamdo
toda a Note Por Montes que
MilagrozaMente Escapamos Des
te Naufraugo Em humas Pedras
tão Prigozas
Nada Mais tenho
a Dezer a Vmce
deste seu Vinera
dor E criado
Franco Joze de Araujo
10 de Nobembro 1819
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