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1822. Carta anónima, atribuída a José António Maltezinho, salteador, escrita a Vicente António, deputado.
Autor(es)
José António Maltezinho
Destinatario(s)
Vicente António
Resumen
José António Maltezinho, sob nome falso e ameaças, pede ao deputado Vicente António dinheiro para libertar um companheiro da cadeia.
Texto: -
5 de Março de 1822
Ao Illmo
Snr Viçente Anto
Muito Ei de estimar que estas duas Regras
o Vão achar disfrutando huma feliz Saude
Em compa de tudo
Cuanto lhe pertençe
Snr nós aCupalmo a VSa porque
não pode ser por mennos
agora demos a
Saber a VSa que se haxa hum Companheiro
Nosso
prezo na Çalla fixada da Çidade
que se xama Antonio Roberto
queremos
que A
VSa me fassa o favor de 30 e tres mo
edas Emperestadas até a
feira de Maio
e nisto se lhe dara o seu Lucro pois hé para
Livramento do
nosso Companheiro
e este
dinheiro Sará Emtregue athe ao dia 11 sem
falta
alguma
e adevirto que ha de Xamar
por este dito prezo em Çegredo a grade
e
o dito Antonio Roberto lhe Emtreguará
huma Cautella Igual a esta e
Vmce lhe
Emtreguara logo logo o dito dinheiro
e a
devirto
que seja Emcartuxado
e agora diguo
que se Vmce brama Contra o
prezo nós quá
Estamos de fora para o dispicar
nos Compa
Neiro logo
nos Escreve daquillo que he
passado e se nós temos por notiçia que
hé
aperzentado nas Cortes e em algum
Tribunal Rial Nós logo de tudo
sabemos
Snr nos Uzamos
Como
Homens de Bem
VSa tem Sido
muito Respeitado e mal o seu
feitor
Antonio da Roza
agora não queira
perder muito por Couza pouca Snr
por nós sabemos de tudo Cuanto çe passe
e sabemos os
passos que VSa dá e mas
da Sna saa Manna e de tudo
Cuanto lhe
manda
mas nós não queremos Saber
disto
o que queremos hé que
tão depreça
Receba esta mandará Logo
o que se lhe manda
pedir e adevirto que se aqui ha falta os seos
Guados o
paguarão porq nós temos Muito
em que nos Vingarmos
pode contar que
lha deitemos de Rastos que athé o proprio
Laguar ha de ser feito Em
cinza
ha de ser
Em tudo Cuanto peguar Lume por nós tambem
tambem llá temos
aMigos em Lisbo a seguir o seos
Passos que A VSa dá
e pode
Descançar que
Nunça mais ha de Viver descançado
e pode Contar se
faValler a este
Infeliz
Sará nosso Padrinho e Sará Respeitado
e tudo Cuanto lhe pertençe
Bem sabe
as Desgraças que tem açeçodido em Lisboa
o que fara em Campo que
ahinda milhor
se pode fazer
e adevirto que Cuando Xa
mar por este prezo que
pessa que quer
fallar Com elle em Segredo e que não
Vá a Caza dos asSentos
porq nós não
queremos
que seja
a Ordem nós lha pe
dimos que hé as grades da mesma prizão
q hé a salla fixada da Çidade
Com isto Não emfado mais a VSa
deste seu Criado
João Espanha Campitão e mal
os seus Companheiros
Evora
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