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Maarten Janssen, 2014-

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[1767]. Carta de Rita Gertrudes para Manuel de Aragão Costa, padre confessor.

SummaryA autora pede perdão ao destinatário, dizendo que vai deixar de frequentar a sua igreja.
Author(s) Rita Gertrudes
Addressee(s) Manuel de Aragão Costa            
From Portugal, Tavira
To Portugal, Tavira
Context

Este processo diz respeito a Manuel de Aragão Costa, presbítero do hábito de São Pedro e confessor do Recolhimento de São João Batista. Acusado de solicitação a três mulheres do Recolhimento, o réu não chegou a ser condenado, sendo solto a 9 de março de 1768.

Rita Gertrudes (autora e destinatária das cartas) estava muito doente e recolhida no Recolhimento de São João Batista de Tavira há cinco anos, onde foi ouvida em confissão pelo réu. Segundo ela, na Quaresma de 1767, o padre terá encostado a sua cara à dela, posto uma de suas mãos entre as suas, destapado parte do seu corpo, chorado e dito algumas coisas menos normais. Depois do acontecido, Rita Gertrudes contou o sucedido ao padre pregador Manuel dos Santos, que a aconselhou a fazer um escrito (PSCR0540) para remediar a situação, o qual teve resposta por parte do réu (PSCR0539). Como a denunciante estava para voltar para a sua terra, duas semanas depois escreveu a carta ao prior (PSCR0538) e voltou para a aldeia de Reguengos. Francisco Xavier Coelho de Mira, prior e notário de Tavira, foi quem enviou as cartas à Mesa da Inquisição, à exceção de uma (PSCR0537), a qual foi apresentada pelo próprio réu.

Support duas meias folhas de papel não dobradas, escritas apenas no rosto.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora
Archival Reference Processo 2172
Folios 50r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2364154
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2015

Page 50r

J M J

Mto Ado Sr Pe confesor como a ma emfilisidade me chegou a este estado não quero deichar de lhe dar o ultimo aDs, mas como vm ja o vi- mto tempo se tinha despidido de mim ate o dia do juizo não esperaria pelas mas despididas, mas em-fim como resibi a sua carta tão cheia de sin-timto não quero deichar de lhe perpor o dito cazo em mais esplicassão pois o mal q a Vm lhe fis e mais de quem se queicha não deite sentidos q todos são ira-dos porq nem eu disi q Vm o fizera com malisia antes hera pa me comsolar e por caridade e por outros fims bons nem quem me acomsilhou como Vm dis na sua o tomou por outro motivo q se eu o ele o tomasemos antao o faria de outra parte mas emfim o q eu lhe pidia hera q me não tornase a fazer porq Vm não sabe o q passou por mim em similhante acto o ocazião mas como o tomou tão mal q sertamte me tem cauzado grande adimira-são não deicho de o sentir dentro da ma alma e o q lhe digo he q no dia do juizo se sabera tudo m-mas sertamte pode emtendeer q por sua cauza me auzento da caza de n sr porq como Vm tem da-do tanto a conheser a esta via e mais a dava a con-nheser com a sua serta gornada tão escuzada mas imfim lovemos a Ds por tudo q o mesmo sr sabe tudo, agora o q me resta he o pidirlhe perdão de tudo em geralmte e em particular desta perzente ofenssa q de mim tem resibido mas se eu o fis por mal Ds o sabe e pa o mesmo fica tan-mbem lhe agradesso todo o bem espiritual e tampo-ral q me tem feito desde a permeira ves q o vi q foy em beja ate esta perzente ora q dessa caza saio e aDs sr Pe comfesor o mesmo sr me em-commende mto q eu como mizaravel não fasso couza em q agrade a n sr mas não me esqueserei de quem tanto bem me tem feito e fas aDs aDs aDs Sr Pe comfesor

Ritta gertrudes


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