Frei Joaquim de Foios elogia a obra do destinatário. A Inquisição resumiu assim o conteúdo do documento: "Carta de Joaquim de Foyos datada em Lisboa a 17 de julho de 1772 em que lhe reprehende de traduzir a oração universal de Pope que contem cousas que não cabem no homem cristão esta faz algua carga ao R[éu]".
[1] | de Pope contem coizas, que nem cabem no
homem Christão.
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[2] | Vejo que VM ha de dizer, que brincava, como poeta; porem
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qdo tornar a trazer a memoria aquelles bons
principios, que
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VM algum dia teve, e pelos quaes escrupulizava ate de
abraçar
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[5] | aquelle genero de vida, que não hè de si máo, mas estava sogeito
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[6] | a
alguns perigos de consciencia; qdo digo eu, tornar a
fazer re-
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[7] | flexão sobre tão bons principios, conhecerá com o claro
enten-
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[8] | dimo que tem, que fez mal. Porem
basta jà disto, e perdoe
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[9] | toda a molestia, que lhe tenha cauzado.
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[10] | Da sua
Arithmetica não sou eu, nem posso ser juiz
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[11] | competente. Eu não aprendi de
Geometria mais que aquella,
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[12] | que julguei preciza para me dar a
clareza o
entendimo, segurança no
racio
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[13] | cionio, e methodo. De calculo toquei tanto,
qto era necessa-
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[14] | rio
pa esta mesma Geometria. Assim não passei
mto da
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[15] | Algebra e da Geometria Elementar.
Donde pode estar certo,
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[16] | que aquillo, que vou a dizer, não hè de homem, que
enten-
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[17] | da a materia, mas de quem deseja satisfazer de algum
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[18] | modo ao que me
pede na sua carta. Isto supposto, digo, que
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[19] | a sua obra he de hum Homem, que tem
feito progressos
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[20] | grandes no calculo; e suppostos ogs
poucos subsidios, que
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[21] | em Portugal hà pa o
adiantamo das sciencias Mathema-
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[22] | ticas,
cuido, que disse pouco em dizer grandes. Dois livros
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