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1778. Carta do abade João Manuel da Silva Penha, desembargador ordinário e vigário, para José Anastácio da Cunha, matemático e poeta.
Autor(es)
João Manuel da Silva Penha
Destinatário(s)
José Anastácio da Cunha
Resumo
O autor pede ao destinatário dinheiro emprestado para comprar livros de Direito.
Texto: -
[3]
eu não tenho escrito por embara
cos indespensaveis, de q jamais aliviado por cauza
das Ferias,
[4]
vou saber como passa das suas
indispozi
çoes, de q espero esteja milhorado com a differa do
tempo q vai ajudando aos q
como nós temos huma
saude tão impertine.
[5]
Dezo sinceramte q tenha nesta
Festa o
q; como bom amo, lhe apeteço todo o anno.
[6]
sim amo, e compo Ds queira darlhe
tudo o q pode
contribuir pa a sua satisfam, descanço e alegria:
[7]
Es-
tes dons são doces
certamte
[8]
apezar da sua externa tem
poralide Elles nos conçolão na terra, e podem ser o fructo
de huma boa consciencia,
e fazer a nossa santeficação;
[9]
a
sim lho dezejo, asim o peço a Ds asim o espero da sua bonde
[10]
Eu
vivo satisfo
a sombra destes Princepes a qm tanto devo;
[11]
vou trabalhando por vencer a ma má fortuna,
[12]
ella pare
ce serme mais
favoravel por este lado;
[13]
Ds queira q o seo
brilhante não seja falço; ao menos permita q eu possa
atinar com
a vereda q conduz a feliz Eternide ja q não
pude acertar com aquella q nos faz reputar felices
segundo
a linguagem da terra.
[14]
S A R meo amo dáme
todas aquellas demonstraçoes de
Benevola de q não he
licito duvidar sem culpa;
[15]
passados alguns dias da ma che
gada me nomeou seo
Dezor Ordinro, e atendo a ma pre
cizão me nomeou tambem Vigro Gal
da Comca de Vala
onde me faz vencer o ordenado da Rellam
[16]
Porem o q
mais me obrigou he
o qualeficado Decreto com q me honra
etc
[17]
Tenho demorado a ma partida com alguns pretextos;
[18]
porem a
verde he q ainda me não tem sido pocivel apron
ptarme:
[19]
entretanto vou ao Tribunal, aonde não falta
q
fazer.
[20]
Suponho q não terá concluido nada a
respo da ma dependa
[21]
Eu estimarei
mto q asim seja, por
q suposta a boa vonte q suponho VMce tem
de fazerme
favor, quero subrogallo pa outro fim menos despensavel.
[22]
Os dous volumes de Leys do Snr D
Joze, e os Regas Romanos,
livros indespensaveis, parão na mão de certo particular
desta Cide, q os dá por pouco mais
dos 12000 q me fazia
mce abonar.
[23]
Eu tenho conceguido, q mos demore the
ao fim deste mez; com
q amigo se he pocivel fazerme
este obzequeio, na prezte ocazião, recebo hum grande
benefo, de
q lhe serei eternamte obrigo
[24]
Comtudo devo dizer
lhe q eu não puderei indemnizallo antes de
7bro, porq ainda
q entro a vencer, não entro a cobrar logo.
[25]
Eis: aqui tudo
em boa fé:
[28]
Eu ja da
qui lhe offereço a ma caza, em Valença, e a ma obeda
em toda a
pte,
[29]
pa o Verão pode vir acompanhar
me algum tempo;
[30]
afirmolhe q sou sincero, e
candido, e
q estas expreçoes não presunctorias;
de VMce pende experimentallo.
[32]
Braga
16 de Abril de 1778
De VMce
Amo e collega o mais veneror e C obrigo
João Mel da Sa Penha.
[33]
P. S.
Asim pocivel; pode dar
o dinro a meo Thio q elle tem
facelide pa mo remeter
com
promptidão.
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