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1818. Carta de João Machado para Lino Machado, seu irmão.
Autor(es)
João Machado
Destinatario(s)
Lino Machado
Resumen
O autor escreve ao irmão do degredo no Rio de Janeiro queixando-se da sua sorte e pedindo ajuda para obter um indulto.
Texto: -
[2]
Munto estimarei que te tenhas tido
felecidades Como eu pa mim dezejo i J
untamente em Compa da nosa Mai
dos mais irmaus
[3]
pois eu sahi da
cidade do porto a dezoito de nobro de
mil 818 i chiguei aqui a esta pi
são de desta cida do Rio de janro Com
trinta digo Com sesenta dias de vi
aige
[4]
pois eu acheime no mar munte
mal pois ja não pensava de tornar
a minha saude prefeita porque
estive sete dias sem comer nada
[5]
se não me fose hua garafa de vi
nho que bubi ja estaria noutra
vida porque não hera senhor de me
ter em pe nem quem me fiezese reme
diu algum
[6]
isto agora deu os meus
Inemigos
[7]
porem se eu la tornar
nada lhe he de ficar a dever
[8]
eu meti
hum requerimento ao rei mas
ainda não tive reposta dele
[9]
asim
que tiver alguma resposta eu te avi
sarei
[10]
Meu Manno do Co
eu des coando veio o carvalho aonde
ao porto não tornei a recever carta
tua
[11]
estive a ispera dela emthe ao dia
que sahiporem
[12]
i mais esperava
por algumas pa remediar a minha
Libardade porque se eu as truxese
decerto aqui tinha lebardade
[13]
asim
talves irei pa u meu destino
[14]
porem
bem sei que naci pa ser desgracado
[15]
eu não tive quem precurase por u meu
Libramto
senão talves não chigaria aqui
[16]
talves me veria
o mal donde eu pensava que me
viria o remedio
[17]
oixaLa que te não
faco Como a mim
[18]
eu bem sei que
tu não me pudias fazer mais
Nada do que me fizestes nem
eu tanto te mercia
[19]
eu vem sei
que tu ficastes munto emdevi
dado com a caza e que te não terão
feito pagamento
[21]
mandolhe dizer que te faco paga
mento
[22]
Meu Manno pecote peLas
cinco chgra chagras de cristo i pela aL
ma do noso pai que sais desa tera
pa fora senão decerto hes prezo
[23]
u me
u coracão não me dis outra couza
[24]
eu vem sei que não has de crer dei
xar os benes senão senpre os deixavas
[25]
oixaLa que eu não souvera dar noticias
[26]
eu se souvera que buscaba este
caminho antes havia de morer na g
eira do que chigar o que chiguei
[27]
i
fasme mtas vezitas a minha Madri
naha ao Joze a todas as primas
ao
cer carvalho i a mulher
[28]
fasme muntas vezitas a tia
de quintela aos primos i muntas
ao franco theixra i a joaquina
gles
[29]
vezita ao Joze martens ao Irmão
[30]
Meu Manno Não
facas pouco cauzo a respto da tua livr
dade
[31]
isto he se não puder aragar
a librarte La perparate i bemte butar
aos pes do Rei
[32]
eu não espero Librdade
aqui senão ningem te havia de fazer
isto com mais vontade do que eu
[33]
u mto
que te pode Livrar são nove ou des
moedas
[34]
em seis mezes bens i bais mto
a tua vontade
[35]
u noso Rei indolhe falar
em pesoa Não dis que não a ningem
[36]
Logo que receveres esta iscreveme duas
cartas hua pa engola outra pa esta
cidade
[37]
eu emcoanto não acavar de todo
aonde quer que istiver senpre te hei de
escrever
[38]
eu aqui tive noticias
do nosso feito e so foi pa u seu destino
[39]
com esto fasme vezitas ao franco de cavarelhe minhas
i do filho soldado q aqui tem vindo aonda mim
[42]
Meu Manno
se não puderes arangar u Libramento
sem ca vires tras cartas do Silveira para vernardo
da silveira que ele fas tudo quanto quer Com
o Nosso Rei
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