PSCR1339
1610. Carta de Rui Fernandes de Castanheda para o seu tio, João de Vitória.
Autor(es)
Rui Fernandes de Castanheda
Destinatário(s)
João de Vitória
Resumo
O autor queixa-se ao seu tio por este ainda não ter entregue ao destinatário uma carta que ele lhe enviou.
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Pa se dar na mão do
snõr meu tio João de
Vitoria q ds gde etta
Serto que espãotado estou do pouco caso que vm fas
do mizerzo estado en que estou pois sabe que
estou padesendo nesta prizão e antaõte lhe man
dei ho escrito en que me obrigava a lhe dar sa
tisfacão de dous mil rs de tomas ribro e vm ate
guora não falou com simão gomes nem lhe deo
o escrito paresendolhe que pouco vai que eu acave
a vida sei en que algũ ora não descansei di noite
e de dia ate ver a vm solto que juro a magestade
devina que me meteo o diavo serta tentasão de me
vingar cõ perder a alma posto que alevaotase hũ
falso testemunho e quebrase dois holhos a mï
somte por quebrar hũ a outrẽ e pa fazer mal pouca
coiza basta
pois que hũ omẽ dezesperado pouco lhe dá da
vida vm per amor de ds dei logo ese escrito
de tomas ribro a simão gomes e lhe rogue muito
que qe faca a diligensia e aja dó de hũ prezo
que ha mes e meio que aqui estou padesendo
a fome a quẽ noso sõr livre de prizõis etta
e a 9 de maio de 610
de seu sobrinho
Rui frz de castanheda
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