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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0204

[1822]. Carta assinada sob nome falso, Nicolau José, e enviada a José Nunes, lavrador.

SummaryO autor escreve novamente a José Nunes a exigir 30 moedas.
Author(s) Anónimo54
Addressee(s) José Nunes            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Elvas, Mourão
Context

As cartas deste conjunto seguem todas um padrão textual muito semelhante, se bem que não aparentem dever-se todas à mesma mão. Na sua maioria, foram enviadas a pessoas abastadas do Alentejo, principalmente de Mourão e Almodôvar. Surgem assinadas com diferentes nomes: João Leal (Lial), Pedro Leal (Lial), Lima (António José de Lima), Valério Máximo de Salles, tenente reformado, Marcolino José da Câmara, tenente reformado, Nicolau (Licolão) José, Doutor Nogueira e Manuel Mendes. A forma de extorsão que esta carta documenta (e outras mais de igual teor) representa uma prática que se tornou característica da cadeia do Limoeiro no primeiro quartel de Oitocentos e cuja amplitude em muito beneficiou da instabilidade política e social associada aos primeiros anos do Liberalismo e da ambiência generalizada de vulnerabilidade e suspeição.

Support meia folha de papel dobrado escrita nas duas primeiras faces, e com sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra J, Maço 113, Número 9, Caixa 308, Caderno [2]
Folios 28r-29v
Transcription Cristina Albino
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Cristina Albino
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

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Ao Snr Joze Nunes a qm Ds Gde Ms annos Morador Na vila de Moirão provin Çia do Alimtejo pello o Correio etc etc etc LISBOA Snr Joze Nunes

Faso hesta pa saber da sua saude em compa De toda a sua familia de caza Snr Joze Nunes Em o dia 16 do corente Mes istaVamos para aValar pa eVora sidade i alguns pa Olivençia a ver a suas familias i como a cheia foi mto grande nesta corte i o mar se pos mto brabo não ove barco que passaçe Besta alguma i por iço he a cauza que nos lhe iscrevemos a segunda Ves a respto do favor que lhe peço sem proJoizo para tirar huma Alma do Imferno que ista comprindo 2 annos de sentenca i como sei que Vmce he oMem honrado que he Verdadeiro i por iso he que lhe pedimos 30 Moedas i Mandalas por hum portador capas remetido o arÇinal Rial da Marinha de Lisboa pois ira o Prezilho i preguntara por João da Silva Rozado i lhe mostrara o Sinal que A primeira carta levou dentro i elle lhe mostrando outro hirmam do mesmo lhe emtregara o dinro sem dubida alguma qm fica por este dinro he Licolão Anto i Anto Pais Mais os seos companheiros Pois são os que han d ir contar A sua caza i ha de ser com toda a bribidade i com mto segredo pois isperaMos de Vmce que Nos fasa como nos fes o capitão Lavado a Maior contia não Priçizou mais do que hua carta pois não he oMem de negocios como Vmce i todos os seos gados que dizem de Olivençia athé a istepa que Rodão pelos contendos por onde Nos paçiEmos eu Me abrigo o proJoizo q elle tiver Não sendo coiza de bicho i antão sabera qm Nos semos isto ha de ser de modo que não saiba senão Vmce senão Vmce Mais a sua senhora i paçiar livre emcoanto hestes catorze homes for ViVos por nos serVir a primeira Ves

Sou Seu Criado i Venerador Licolão Joze

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Legenda:

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