PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1797. Carta de Manuel José Ribeiro Pontes, padre, para Simão de Santa Ana, frade.

ResumoO padre Manuel José Ribeiro Pontes escreve a frei Simão de Santa Ana a contar a conversa que teve com mais três religiosos sobre o tema do livre arbítrio e a perguntar se tinha a obrigação de denunciar o que lá ouviu. A resposta é escrita no espaço deixado livre pelo autor (ver CARDS2034).
Autor(es) Manuel José Ribeiro Pontes
Destinatário(s) Simão de Santa Ana            
De Portugal, Barcelos
Para S.l.
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte meia folha dobrada escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 418
Fólios 297r-298v
Transcrição Leonor Tavares
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page 297r > 297v

Mto Rdo Snr Pe Fr Symão de Sta Anna

Ja vay passando de tres semanas, q eu me achey em huma conversa com tres Religiozos de S Francisco no seu mesmo convento, e hum delles proferio algumas pro-poziçoens, por razão das quais quero saber se devo de-nuncia-lo áo Sto Officio; as quais eu não saberei bem dizer, ou explicar-me bem por carta; mas das respos-tas, q eu dava, se poderão milhor entender: Em pri-meiro lugar; disse elle, q sabia de mtas pessoas, q vivi-ão entregues àos peccados fiando-se em q se fossem pre-destinadas pra o ceo, se havião de salvar; e sobre isto não me lembra o q elle mais foi dizendo; e dizendo eu, q es-tando-se doente era escuzado chamar o medico, porque se estivesse chegado, o termo da vida, certamte morria, e q não estando, não morria; e então elle disse q ahi obravão as cauzas segundas; e tambem q o homem não ti-nha termo determinado pra morrer: e isto julgo ser aquellas palavras de Job- constituisti terminos... Disse , vinha a dizer q o homem não tinha Liberdade; e isto não sei de q modo o disse; mas lembra-me, q outro Re-ligiozo respondeo q, o q elle dizia era contra o Concilio Tridentino; e eu tambem disse, q se o homem não ti-nha Liberdade tambem não peccava: Disse tambem a respeito de se perderem os meninos q morriam sem Baptismo- pois elles q culpa tem? - ainda q me não lembro



Representação em textoWordcloudManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases