A autora mostra-se saudosa do destinatário e ansiosa por reconquistar a sua liberdade.
Mto Rmo Pe M
A muitos dias q lhe dezejo escrever; porem enthé o prezte não o pude fazer, e sabe N Sr, se agora eu o
podia; mais sempre quero fazer força, por lhe dar noticas minhas. Aqui estamos no degredo passa
do, Anhellando só q se acabe, pa estar-mos mais forra: eu da ma parte o dezejo mto, ao menos,
pa lhe escrever; pois já isso me conçolla, quando o não posso ver, já q a disgraça hé tanta, q sendo
huma Pca forra, se veja captiva. dou a V R a notica q Recebe-mos por festas o milhor
imbarasso, pa hir-mos pa o Recolhimto, e eu lhe confeso meo sr q inda q me custa qto não sei, ex-
plicar, esta espera, estou mto conforme, pa esperar todo o tempo q Deos quizer, asim não
desanimo, porq as minhas esperanças cresçem, de q agora o alcansarei mais breve, o q dezo
Deos fasa o q quizer; pois tudo está na sua mão. Minha Mai vai passando, com pou-
ca saude, e lhe emvia mtas lcas, e juntamte esses ananazes, e essas laranjas, como hum sinal da
sua lca, a da não lhe escreve suponho, q hé por não dar azas, as suas preseguições. hé o q
de prezte posso dizer, a v R o mais fica pa a vista. e no mais aDeos, meo Pe, bote-me a sua
benção e Deos a v R Gde ms ans eta
De v Rmo
Filha mto indigna e amate
MThomazia J