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1602. Carta de Gastão de Abrunhosa para Nicolau Agostinho, secretário do Santo Ofício em Évora.
Author(s)
Gastão de Abrunhosa
Addressee(s)
Nicolau Agostinho
Summary
O autor declara ao seu amigo e secretário da Inquisição que a prisão de seus primos, acusados de judaísmo, é uma injustiça. Diz que vai procurar justiça fora do país e dirige várias críticas à Inquisição e aos denunciantes da sua família.
o dever fazer con a brevidade posivel pois he injusto padeser alguẽ trabalhos
sen justisa en espesial os tão inormes e infames
aqui escrevo a anto mande vm a minha mai que lho mande sem
lhe dizer nada e mostrelhe a carta que eu sei se quietara e a
afirmo se contentara de sua natureza mas he moco
meo vm que elle ten bon natural
não tenho pa que encomendar a vm minhas couzas pois
tenho visto que as tem vm por suas e no posivel
justo e arezoado me fara o posivel porque se
não ouver quẽ rebata as esguichadas deses
ereges ou os tão infames que não no sendo confesão
sello bem sei que não so todos os que tiveren rasa
de cristaos novos mas se a virgen nosa snra mai
de ds e os apostolos de xpo morarão em serpa por
desenderen da nasão dos judeus por ds que avião
de ser prezos e queimados pois não pode ser porem
estes aleives sobre si e culpar inosentes he pois por
falsidades e aleives e falta de justisa perco patria
honrra e quietasão de vida e promesas del rei hom
rozas que todos me deve quẽ sen justisa e con falsi
dade mas roubou pa salvar a alma me vou aca
bar de ensecar se emtre cristaos ha justisa
verdade e temor de ds e de tudo vm e eses santos
tribunais serão avizados de valhadolid a 12 de julho
de 602 annos gastão d abrinhosa