PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1623. Carta não autógrafa de Dom Luís da Gama para o seu irmão, Dom Francisco da Gama, 4º conde da Vidigueira.

Autor(es)

Dom Luís da Gama      

Destinatário(s)

Dom Francisco da Gama                        

Resumo

O autor dirige-se ao seu irmão, vice-rei da Índia, comentando diversos assuntos relativos à defesa daquele estado e às circunstâncias do seu cativeiro no reino de Nápoles.
Page 475r > 476v

[1]

[2]
meu irmão Como tem faltado as minhas cartas a VS he rezão q lhe de a causa
[3]
por q lhe não pareca q foi feito adrede e assĩ he necesso dar conta de mỹ. desd antes q VS se partisse de Madrid, o Pe Nuno Mascarenhas me escreveo
[4]
de Roma em Xbro de 621. q VS estava nomeado V Rey da India, logo mandei
[5]
tomar hũa falua pa mandar criado, mas foi o tpo tal que não pode partir
[6]
senão a 14 de Janeiro e por mais diliga q fes tomando Postas de Madrid
[7]
pa lisboa. não pode chegar senão depois de VS partido tres dias, o que sinti mto,
[8]
p tra tenho escrito algũas a VS mas em duas q tenho suas, hũa de Mocã-
[9]
biq outra comecada em Cochim, e acabada em Goa me não dis VS q lhe
[10]
foi dada algũa; Mto me alegrei de saber a boa saude q VS ficava
[11]
premita Deos conservarlha mtos annos mtos beĩs como VS deseja
[12]
[13]
Grande pesar tenho da perda das naos em q VS foi, foi grão desgraça ha-
[14]
vendo peleijado tanto valor, perderẽsse na entrada de Mocãbique, se tive-
[15]
ra liberde logo me fora a corte porq entendo fora de efeito; assĩ pa os mnros en-
[16]
tenderem como da parte de VS se fes tudo o que comvinha como pa se lhe mandar
[17]
o socorro de q tem tanta neceçide, mas ha quinze mezes e mo que estou preso neste
[18]
castello. e havendo onze q sua Mage respondeo a Memorial meu q dando
[19]
fiança de des mil crusados. se me tornasse minha fazenda e papeis que se me tem
[20]
tomado/ fosse solto e me aprezentasse em Madrid, per competencia do comisso
[21]
de estado de casta o de Portugal. não sou solto. nem sei qdo se resolvera a quem
[22]
toca mandar esta ordem. / pa o ser; se VS se lembrava de mỹ como era rezão
[23]
e lhe eu mereço não paçara eu este trabalho. e VS tivera quẽ acudisse as suas cou-
[24]
zas como convinha. Mas pa o q eu mereco por meus pecados inda isto he pouco;
[25]
seja Deos louvado com tudo; o modo da minha prisão tera VS sabido plas cartas
[26]
da sra Conda q as q eu escrevia a VS chegarão depois de partidas as naos, E
[27]
po isso me antecipo tanto nesta. por q lhe não aconteca o q as outras
[28]
[29]
A Prevenção q VS fes em mandar o Galeão de secoro a Ormus era muy
[30]
boa e de importancia se aquella fortza se não houvese entregue por fraqueza de
[31]
quem nella estava, mto dezejo ver os Mnros do Consso de Portugal pa lhes.
[32]
fazer ver qtos annos ha q eu pronostiquei esta perda; se se fizesse a fortalleza em

Representação em textoWordcloudRepresentação em facsímilePageflow viewVisualização das frases