O autor elabora o rascunho de uma súplica ao Rei: nela pede para ser abrangido por um indulto régio.
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Senhor
O Amor q todos os Portuguezes consagrão a Pessoa Au
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[2] | gusta de
Va Mde sendo igual ao convencimto
q tem esta he
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[3] | roica e leal Nação, das benignas intenções de
Va Mde n'es
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[4] | te momento os fiéis
Vassalos de Va Mde com indizivel jubilo
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[5] | veem
em publico documto que prova de novamte a
incom
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[6] | paravel Magnanimidade con q o Paternal coração de
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[7] | Va
Mde se compraz a perdoar aquella porção d' infelises
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[8] | q
presos por opiniões politicas, gémem em ferros ha pro
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[9] | longados tempos.
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[10] | É de crer, Senhor,
que esta ordem salutar demana
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[11] | da do Tróno, tendente a pôr em termo as tantas an
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[12] | gustias que
soffrem inumeraveis familias desgraçadas, não
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[13] | fosse privativa pa a cidade do Porto,
mas sim uma medida
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[14] | de bem geral que não só comprihenda aquellas
pessoas
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designadas no mencionado
Decreto de 5 de Junho proximo
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[16] | passado, mas que se estenda a todos os presos
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por opiniões politicas, cujo tempo de prisão exceda
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[18] | a um mez,
segundo se acha expressamte mencionado
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[19] | no texto do adjunto Avizo
de Va Mde
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[20] | Portanto Senhor, havendo
eu
feito constamtemte
pattente ale
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[21] | vosia de meu
pérfido denunciante, suas calumniosas accusações
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[22] | visto não haver elle
produzido nem uma só testemunha ou outra
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[23] | qualquer próva
legal; recordando
os publicos serviços que hei ren
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[24] | dido, qdo necessarios forão, á causa
da Patria e da Realeza, inti
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[25] | mamte unidas, emfim a grande distancia
que medeia
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[26] | entre um Réo ja sentenciado por seus crimes
e um
homem
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[27] | accusado mas não
culpado nem
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[28] | sentenciado, pois
tal é o cazo em que me acho:
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[29] | Pesso a Va Mde Senhor se digne lançar suas Regias
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[30] | e piedósas
vistas, sobre tantos e tão continuados enfortunios
que
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[31] | pezão sobre uma desventuróza familia
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[32] | percipitada
nos abismos das desgraças, pela
malevolencia de um
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