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Maarten Janssen, 2014-

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[1821]. Carta de pedido de António José de Miranda Júnior, negociante, para Pedro Alexandre Cavroé, jornalista.

Author(s) António José de Miranda Júnior      
Addressee(s) Pedro Alexandre Cavroé      
In English

Protest letter from António José de Miranda Júnior, a trader, to Pedro Alexandre Cavroé, a journalist.

The author objects to the news that the addressee published on his paper concerning him and his expenses. He asks for his protest to be published and promises to make some precise accusations a week later.

António José de Miranda Júnior, a Lisbon trader, accused the journalist of the newspaper Mnemosine Constitucional, Pedro Alexandre Cavroé, of defamation. In fact, between September 1820 and June 1821, the paper was a propaganda weapon of the Constitutional regime.

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Page 9r

[1]
Senhor Redactor da Mnemosine C

Em certa epoca, dei certo dinheiro, para certa coiza. Quando asignei andava

[2]
a sõma por hums seis contos de reis; dizem-me que chegou a oito contos. Vie
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rão receberme o dinheiro com que subescrivi: e natural que o recebessem dos outros.
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Não se distribuio por aquellas para quem dizião que era: he natural que alguem o te-
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nha. O primeiro que figorou na aquizição não era nem he nem sera capas de o ter,
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e não dar contas; digamolo em bom portuguez, de ficar com elle. O segundo pr
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tanto he que o quer bifar. Queira por este lembrete no seu interesante Jornal,
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para ver se se invergonha o sujeito que esta conchavo com elle, e o derige ao seu
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destino; e quando não saia á esporada, guardeme hum cantinho no seu Jor
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nal daqui a oito dias, porque entao vai a historia trocada em miudos com
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o nome do sujeito. Quem quizer ficar com 8.000.000 reis alheios, procure os meios
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de cohonestar ação; finga huma fallencia, hum incendio de carteira, ou outro
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algum incidente, tanto em voga em nossos tempos; mas receber dinheiro para
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se distribuir em donativo á tropa, e querelo suripiar. O Ceo clama, a honra o
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fendesse, e os logros aomentãose, e os ladrões multiplicão-se, e inda em cima se
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riem, e eu que dei o meu dinheiro para hum valorozo cidadão para hum de
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fensor da Patria ter hum dia hum jantar que lhe encha a barriga, onde beba
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á saude da salvação da Patria, não concinto que hum que nada disto he, an
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tes he hum trapalhão coma todos os dias piruns, e rode em burnida sege á
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custa dos lorpas e loirasas que lho entregarão e não lhe pedem conta. Adeos
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Sr Redactor, até á semana que vem. Queira por isto, que o homem se VMce não
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fica com o dinheiro, e quem perde he a tropa. Tenha dos pobres ca-
[23]
maradas.

[24]

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