PT | EN | ES

Menú principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1722. Carta de frei António das Chagas para [António Ribeiro de Abreu], Inquisidor de Coimbra.

Autor(es)

António das Chagas      

Destinatario(s)

António Ribeiro de Abreu                        

Resumen

O autor pede conselho ao destinatário em relação a umas confissões que tem ouvido a uma mulher que parece estar possuída do demónio.
Page [307h] r > [307h]v

[1]
J M J
[2]

Meu amo e Sor o correyo passado lhe escrevi a Vmce porem

[3]
não foi a carta porq mandandoa eu na 4a fra a Cra
[4]
mos incluza na de religiozo q costuma remetermas
[5]
na 5a fra a Amarante q he o dia do correyo, sucedeo q
[6]
da caza aonde eu a mandei partio nesse dia Rdo
[7]
Luis da Cunha vigro de Constantine pa Va Real q
[8]
havia de passar por Cramos e se encarregou de entrega-
[9]
la, porem creio a levou pa a sua Igra pa a abrir,
[10]
como me dizem costuma qdo tem semilhtes occaziois e
[11]
de a mandou e se entregou no sabbo estando eu em
[12]
Cramos, este Rdo dizemme q ja foi beijar a sta a esse
[13]
sto tribunal he porq tambem he dos da con-
[14]
fra e plas informaçõis q me dão he bem dezenvergo-
[15]
hado, e tanto, q pa o demo encarecer a certa pessoa o qto
[16]
eu sou e fui mao, pa q se não confesse comigo, nem me
[17]
descubra nada ,como fes sempre pa com todos os confes-
[18]
sores q lhe tem entendido o achaque, me compara com
[19]
o do clerigo, dizendo q fui e sou tal como elle; re-
[20]
paro q espicificando peccos em tudo mente, no q o não he
[21]
falla verde e tem descuberto couzas q o tal sogeito não
[22]
podia saber sem o demo lhe dizer: eu tenho tido gra-
[23]
ves contendas com este demo tem feito por me meter.
[24]
medos, e feito ameaças de morte, e fesme morto algũas
[25]
vezes, hũa em barranco outra de tiro e outra
[26]
de fogo fazendo se visse arder a caza em q eu dormia, e qdo soube eu queria hir
[27]
tirar o depoimto pa a denuncia se pôs no camo com esquadrão de demos em
[28]
hũa encruzilhada de hũa e outra pte com espadas largas e luzentes em ameacando-
[29]
me se pr ali passasse, isto veo a mer mtas vezes, e peguntandolhe pa q era
[30]
tantas, e tantas armas pa frade q havia de hir respondeo, q bem sabia q pa
[31]
mim um bastava, porem q queria q cada me cortassse bocadinho e
[32]
formando frade como eu a fte do tal sogeito, o forão partindo em pedacinhos
[33]
com as espadas dizendo q assim me havião de fazer, e por isto, e outras mais couzas
[34]
me quis ella tirar de hir, e por ali passar tendo por sem duvida o haver
[35]
de ter algũ perigo, do qual eu nenhũ receio tive, pois estava certo q sendo
[36]
asinado em servo de Ds não podia o demo fazerme mal, e assim foi porq veo
[37]
o mesmo sogeito q ao passar eu plo sitio todos os demos virarão as espadas com
[38]
as pontas pa si, e ajoelharão bem sei q não ajoelharão á minha virtude
[39]
porq della tem o demo bem pouco medo, mas ou foi a dignide de sacer-
[40]
dote ou ao plo linho q trago como o de vmce ou querer Ds aterralos, e cas-
[41]
tigalos no mesmo lugar aonde intentavão impedir o seu servo tem toma
[42]
do a minha figura, , pa enganar e feito couzas inauditas.
[43]
o clerigo q acima digo não deve de estar verdramte convensido porq ainda
[44]
qdo vem á terra persegue a certo sogeito com quem tratava no temp
[45]
das diabruras, e a ella lhe custa mto defenderse delle. Na da carta di-
[46]
zia a Vmce em como o sogeito não quis q eu fizesse a denuncia em seu
[47]
nome senão hir fazela a Comissro porem despois solube q o Comissro
[48]
a quem fis foi o mesmo demo e não foi pouco o dar nisso, e ca
[49]
pas de assim o entender, como ja o entende, e dis q outra vés pade
[50]
cera semilhte engano ,queira DS não fosse mais vezes, e q cuide ella tem

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewVisualización por frase