O autor pede conselho ao destinatário em relação a umas confissões que tem ouvido a uma mulher que parece estar possuída do demónio.
[1] | tem denunciado algũas couzas q não estão denunciadas. Como este sogeito estava sem confes
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[2] | sor
q lhe conhecesse o achaque ,nem todos lho entendem plo modo q ella se confessa, veio darme a
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[3] | mão, e com a frega de confissõis, e
comunhõis se tem descuberto mtos pactos, e o demo entre
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[4] | gado couzas em q elles estavão, porem ella ainda tem mta couza disto, de
q procede en
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[5] | ganala o demo a cada passo, e com a confissão e comunhão se dezengana, e então lhe dá
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[6] | Ds luz pa conhecer a
verde este nego he tal q eu não me entendo com elle toendoo
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[7] | esquadrinhado bem em largas conferas com o sogeito na confissão e
extra, e por hora
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[8] | só pude averiguar devia denunciar o q remeto na forma q melhor o soube fazer. No
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[9] | q toca aos mais pactos q são
mtos os q tem confessado porq de novo com as repetidas con-
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[10] | fissõis e comunhõis lhe lembrão, são de couzas q de novo lhe nacen no
corpo, varios instrumtos
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[11] | as quais couzas tocadas por ella, ou tocando com ellas a outrem hia peccar com as
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[12] | tais pessoas, ou ellas vinhão a certa
pte peccar com ella e dis q não sabião do tal pacto, mas
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[13] | era isto por hũ modo q eu agora não tenho tempo pa dizer ainda q
já o entendo e todas es
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[14] | tas pessoas com quem tocão ou a quem respeitão estes pactos de novo lembrados dis ella
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[15] | ja estão denunciados em outros pactos q
antecedentemte lhe lembrarão, e q por isso sente
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[16] | deve de novo denunciar nada disto, e q assim o
praticarão ja os seus confessores, e eu nis
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Fto fico em duvida e assim lhe disse q mandava perguntar a Vmce o q nisto se devia
fazer,
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[18] | Vmce mo mande dizer em modo q eu lhe possa mostrar a carta pa q ella fique com
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[19] | menos duvida; os pactos dis ella são
semilhtes a outros q ja denunciou e os peccados q com
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[20] | as tais pessoas foi da mesma especie
etc eu entendo plo modo com q o demo armou
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[21] | esta tratada, q não sahirá nada a luz, salvo havendo modo, ou porva
com q esta Marian
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[22] | na de Simõis se prendesse, e lá obrigada com tratos, ou exorcismos quizesse declarar ver
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[23] | dade, porq
como ella foi a q ensinou a Roza, tambem ensinaria mais, e a ella alguem
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[24] | a ensinou; das mais tocadas tenho confessado trés ou quatro das já denunciadas, não tem
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[25] | couza
q se diga; a outra pa q pro pedi licença sempre entendo he das finas, porem parece-
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[26] | me não he da confra da Roza; ja me
tem vindo 4 vezes aos pés e nunca quis ou não pode
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[27] | confessar, sempre foi sem absolvição, hũ destes dias me tornou a fallar, q ainda havia
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[28] | de vir outra vés cuidando eu
q mais a não via porq nos despedimos, eu não a entendo.
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[29] | o correyo passado me remeteo o Prior de S afo a de Vmce em
reposta da q lhe escrevi de
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[30] | Pombro na qual fallava no q foi pa tirar os cabellos, outras mais couzas destas tenho
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[31] | feito nao tão graves
mas era precizo, e o Fr Mel das Chagas, e o Ror de Onhão qdo
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[32] | tratavão deste sogeito fazião o mesmo, athé gora não me parece illicito o
q foi estra con-
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[33] | fesso em suposta a necesside do sogeito e persuadirme eu q sem perigo proprio o fazia, só
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[34] | hũa couza tem em q eu
me não quero meter, porq não quero nem posso fiar tanto de mim
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[35] | estimarei q o sor Mel de Vascos esteja com melhoras,
e alcance logo saude perfeita pa tra
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[36] | tar das suas concluzõis. Ds gde a Vmce
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[37] |
Refonteira
29. de Dezembro de 722
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[38] |
De Vmce mto ao e s
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[39] |
Fr Anto das Chagas
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