Summary | O autor escreve aos seus credores esclarecendo as poucas culpas que tem numa acusação que lhe foi feita. |
Author(s) |
José Brudo
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Addressee(s) |
Francisco Maria
João Evangelista Montano
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From |
França, Salles |
To |
Portugal, Lisboa |
Context | Processo relativo a José Brudo, acusado por parte de Francisco Maria e de João Evangelista de burla em relação a cinco letras, culpa que negou. |
Support
| meia folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces e com sobrescrito na última. |
Archival Institution
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Casa da Suplicação |
Collection
| Feitos Findos, Processos-Crime |
Archival Reference
| Letra J, Maço 49, Número 8, Caixa 152, Caderno 1 |
Folios
| 96r |
Socio-Historical Keywords
| Rita Marquilhas |
Transcription
| Ana Rita Guilherme |
Main Revision
| Rita Marquilhas |
Contextualization
| Ana Rita Guilherme |
Transcription date | 2007 |
[1] |
Salles Sres F M etc J E Montano
Sres Venho saber q sahio de Sua caza o Seu Guar
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[2] | da Livros Carlos Wirth ignoro os motivos e não he Couza q dezeje Saber quaes
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[3] | sejão elles.
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[4] | Vmces me accuzarão de hum Crime perante o Tribunal Compete
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[5] | porem sei positivamte q não forão Vm q fizerão e bem sim o do Wirth, Eu nun
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[6] | ca culpei a Vm nem tive nada directamte com os Sres porem sim com
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[7] | Carlos q me precipitou de todos os modos querendo-me desacreditar, e Sacrificar,
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[8] | como com effeito conseguio, e levou a Sua Vingança mal fundada ao ponto athe
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[9] | de induzir huma Caza tão Respeitavel como a Sua á atacar hum homem
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[10] | q nunca imaginou fazer mal a Pessoa alguma, e muito menos aos Sres
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[11] | de qm de algum modo tinha recebido obsequios. Não tenho mais nada a dizer-lhes
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[12] | neste Particolar, porq ainda estamos a tempo de findar este Negocio amigavelmte
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[13] | o qual não he senão prejudiciavel tanto a Vmces com a mim, da minha
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[14] | parte estou prompto a findallo amigavemte e a continualo se Vmces quizerem
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[15] | com toda a força, pq a ma Razão afinal ha de obter o rezultado da Justiça q me
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[16] | assiste, no entanto o q vai acontessendo he a delapidação dos meus bens
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[17] | gastando os com a Justiça, e o meu discredito deitado a perder, pq nem todos
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[18] | podem saber a Razão de cada hum.
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[19] | Vmces são meus Credores eu não o nego, e talvez o não serião
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[20] | se Wirth me não tivesse envolvido em tantas negociaçoens como me fez
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[21] | e estou prompto a dar-lhes provas q só elle foi cauza das tromentas que
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[22] | me acho padecendo, porem eu não vou com esta a incinualos pa q ha
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[23] | jão de estar pa ma concordata q eu pedi a todos os meus Credores me assig
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[24] | nassem emquanto a isso está ao Seu arbitrio, e farão o q bem lhes parecer:
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[25] | Espero de Vmces a resposta pa me saber governar pello q toca ao Crime, e lhes
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[26] | asseguro q sempre olhei pa Vm com a milhor Consideração cenão
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[27] | q concorria pa a ma total Ruina e q talves pello decurso do tempo
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[28] | fosse a cauza do de Vmces
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[29] | He o que ao prezente se me offerece
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