PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1719. Carta de Gaspar de Matos Fonseca, produtor de aguardente, para a sua cunhada, Joana dos Santos.

SummaryO autor escreve à cunhada mostrando-se indignado com a ausência do seu marido.
Author(s) Gaspar de Matos Fonseca
Addressee(s) Joana dos Santos            
From Portugal, Évora
To Portugal, Lisboa
Context

Este processo diz respeito a José de Matos Fonseca, cristão-velho de 32 anos de idade, alfaiate, acusado de bigamia. O réu era natural de Évora e filho de Manuel de Matos Fonseca, agente de causas, e de Isabel Ramires Camacha. Casou uma primeira vez em Fonte de Cantos, Castela, com Isabel de Oliveira ou Isabel da Ribeira, natural de Córdova, e com ela fez vida marital durante dois anos. Tiveram dois filhos, um dos quais morreu. Depois, já em Lisboa, tornou a casar com Joana dos Santos sendo ainda viva a primeira mulher. Foi essa mesma primeira mulher quem, depois de saber que o marido se queria voltar a casar, escreveu a alertar o sogro, Manuel de Matos Fonseca. No entanto, quem recebeu a carta foi o irmão do réu, Gaspar de Matos Fonseca, e fez a denúncia de bigamia à Inquisição por achar ser esse o seu dever.

Em auto-da-fé de 16 de junho de 1720, o réu foi condenado a abjuração de leve como suspeito na fé e a degredo por tempo de cinco anos para o Brasil, mais penitências espirituais e pagamento de custas.

Support meia folha de papel escrita em ambas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 8205
Folios 48r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2308311
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2015

Page 48r > 48v

[1]
[2]
Snra Joana dos Santos

Minha mana do meu corasam mto

[3]
senti huma nova que me deu em huma
[4]
carta meu amigo Mel Anriques em mi di
[5]
zer o falso Jozeph de Mattos se tinha hau
[6]
zentado desa corte sem dar notisia
[7]
da a sua Auzensia mas não o estranho
[8]
mas so o q sinto he llevar algumas pren
[9]
das suas o de otrem porq quem mal vive
[10]
mal aCaba esse treidor emganador como
[11]
Judas Com emganos e sabei que ate gora esta
[12]
ves vivendo em boa fey e elle he o q ve
[13]
via escomungado porquanto hera ca
[14]
zado no reino de Castella e tem
[15]
sua molher viva e tem filhos della
[16]
porquanto me veio hum porpio Com
[17]
huma carta delle de que heu ficei
[18]
suspenso porq de tal não sabia e o q
[19]
me obrigou a hir a hesa tera hera saber
[20]
a serteza porq numca se meteu em
[21]
Cabesa elle era cazado nesa corte como
[22]
elle me escervia heu vos avizei como
[23]
quem vos queria Bem que segurases a vo
[24]
sa caza me estava a Conto antam
[25]
a dizervos a rezam mas so dise ao fal
[26]
so que se fose llogo acuzar ao sto ofisio
[27]
o se retirase a fazer vida com sua molher
[28]
e não tenho tido novas delle mais nem as quero
[29]
senão vosas porq semper vos tou mto obrigado

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view