[1] | Fr D. me avizou q a 2 deste andando pedindo o pão tirou hũ sapato
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[2] | com hũa pedra de q lhe fizerão tres feridas e q estava com cui-
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[3] | dado p não serem boas oje me avizou q estava melhor, vm
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[4] | lhe escreva 4 regras e lhe de os pezames; e lhe agardeça o cuidado
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[5] | das pasas, tambem me avizou como fr Paulino era vindo e que
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[6] | de Triana se fora dirto a Utreira e q por isso me não vira, elle
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[7] | me avia mandado pa o dito hũa carta pa q se viesse, me esqueseo
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[8] | de mandala a vm a somana passada: na que vm lhe escrever diga
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[9] | q ali a torna a mandar a carta de fr Paulino porqto elle he ja
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[10] | de la partido, perq não diga q eu me descuidei em a mandar.
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[11] | Dezia são Paulo em meo de seus trabalhos q forão asas gdes
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[12] | todos me parecem flores, quia Deus meum laborat. et gratia
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[13] | dei in me valua non est; se eu padeço Deus vai diante pro
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[14] | a receber o trabalho. de mra que com deus tudo me parece leve
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[15] | e quẽ tem tal companhia q infurtunio não sera gloria! e
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[16] | que gloria o sera sem tal amparo! não tenho que dizer a quẽ
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[17] | tanto alcança e a quẽ tem mais de deus q eu espirito pa o ma-
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[18] | nifestar; fio de sua prudençia e vertude sabera tolerar
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[19] | com valerozo animo ate o cabo estas adversidades e fechemos
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[20] | este co com quẽ comesamos bonum certamen certavi et post
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[21] | b cursum bravium accepiz Deus lho dara a vm pois ve sua gde
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[22] | paçiençia e o animo com q leva tantos descontos e donde menos
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[23] | os esperava tudo he pa mais merecimto de sua alma q essa
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[24] | hé a crus por donde a de subir a reinar com Cristo q por sua ssma
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[25] | paixão permita que em breve nos vejamos com contento e
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[26] | alegria depois de tantos trabalhos.
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[27] | Prometo a vm como homẽ de bem q tem maravilhado a seva
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[28] | o gde sentimto das familias de Rui frz porq nimguẽ mais sahio
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[29] | em publico nem genros nem fos forão a praça nem tratarão
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[30] | de negos senão em sua caza, com gdes lutas; e com rezão qal
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[31] | homẽ honrado semelhantes cazos o fazẽ meter em hũ saquo
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[32] | e o q o não fas, nem he honrado nem o foi nem sera, e renego
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[33] | e abomino naturezas, q os trabalhos de honra não nas fas de-
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[34] | ser de seu termo e desejos, q donde ha vergonha e primor
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[35] | se ve em tais ocaziois, q ate de si mesmo a de fugir hũa pessoa
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[36] | e so tratar de acudir ao visto neçeçario e forcozo; e a tudo o mais
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[37] | degosto e alivio darlhe de mão pois he em certa mra reconhecer
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[38] | a mão puderoza de Deus q os castiga p seos pecados; e se glorea a
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[39] | Deus de q com o castigo nos tornemos a elle como remedio de nossos
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[40] | trabalhos e o aplaquemos com rogos; elle se acorde de nos amen.
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