A autora denuncia uma forneira por suspeita de feitiçaria. Conta em detalhe tudo quanto lhe ouviu dizer e viu fazer quando, transtornada pela morte da filha recém-nascida, quis descobrir como isso tinha acontecido.
[1] | asenando com a cabesa como quem não quiria
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[2] | q ela o ouvise diser adonde estava fui eu
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[3] | chegando pa a porta antão vi q estava fi
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[4] | chada por dentor bati nõ me falaram
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[5] | virei pa o omen e disse parese q não esta ca
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[6] | q não fala tornome a senar com a cabe
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[7] | sa q la estava eu bati outar ves veio
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[8] | hũa intiada q tem abiru a porta diselhe
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[9] | eu vosa mai respondeo ali esta dise
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[10] | selhe eu diseilhe se me da oje a sinsa q me
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[11] | pormeteo ela sem ir dar o recado me di
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[12] | se muito tirste e atirbulada venha Vm ca
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[13] | dentor eu não fui ligeira em emtar ela
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[14] | tornou a ripitir venha sra venha ca den
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[15] | tor qdo eu a vi tão atirbulada e a modo de q
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[16] | estava em algũ aperto pirsumi q a madars
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[17] | ta lhe quiria dar e q ela me quiria la pa
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[18] | inpidir ou acudir emteri na casa onde
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[19] | ja tinha amtardo hũa ves ela foime le
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[20] | vando mais dentor a outar casinha pa donde
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[21] | eu nunca tinha emtardo mas não pasei da
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[22] | porta e dali dei com os olhos em hũa fuguei
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[23] | ra q tinha em sima hũa caldeira ou
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[24] | taixo e ela na mão hũu pao ou culher
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[25] | guarnde com q estava mexendo o q esta
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[26] | va dentor vi hũa coisa dinigurda q me
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[27] | pareu q estava cosendo miadas como fasen
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[28] | alguas mulheres q curão fiado mas se era
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[29] | caldeira ou taxo não jurarei nem se era
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[30] | pao ou culher com q estava mexendo por
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[31] | qto a detensa foi berve e eu não cheguei
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[32] | la perto mas fee q estava cosendo miadas
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