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1716. Carta de Bárbara de São João para o Padre Reitor da Companhia de Jesus.

ResumoA autora relata ao reitor um episódio estranho que se terá passado durante a confissão com o padre Manuel Jorge
Autor(es) Bárbara de São João
Destinatário(s) Reitor da Companhia de Jesus            
De Açores, São Miguel
Para Açores, São Miguel
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros. A presente denúncia integra-se num conjunto de missivas ora declaradamente dirigidas ao então reitor do colégio jesuíta de S. Miguel, ora escritas pelo ministro do Santo Ofício em Ponta Delgada, Luís Tavares, na impossibilidade de o delatante o fazer. Todas as cartas se reportam a casos decorridos naquela ilha, tendo sido produzidas em 1716. Este conjunto constituía, na verdade, o resultado das determinações emanadas a 11 de agosto da Inquisição de Lisboa para o referido ministro, que, por seu turno, remeteu este conjunto, fruto das suas indagações, à Inquisição de Lisboa em novembro de 1716.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto e no verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa, Caderno do Promotor n.º 84
Cota arquivística Livro 277
Fólios 185r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2318101
Transcrição Ana Guilherme
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Frase s-2 Avera 5 para 6 annos que hindo me eu Confesar ao Reverendo Padre Manuel gorge em meio da Confisão me comesou a tratar com hus pontinhos amantes que llogo me tresfiguRou
Frase s-3 e foi de ponto em ponto que veio a dizer que dezejava de ver letra minha para tanbem me fazer prezente a sua fe que veio a dizer que dali im diente ficase por sua esposa
Frase s-4 eu comfeso que alguas pallavras lhe Respondia mas a pezar de mim e Reparando na sua fasilidade
Frase s-5 e logo me fes prezente Alguas Cartas Com palavras amtes a que eu pouCo lhe Respondi
Frase s-6 eu logo me fui Comfesar e dei Conta o Comfessor de que hera pasado e ele me veio a detriminar que disese o mesmo padre que se fose Comfesar Com o Reverendo padre Reitor daquelas rezois que teve Comigo no Comfisionario
Frase s-7 eu asim o fis
Frase s-8 ele me dise o faria
Frase s-9 mas agora Como veio a vizita e ouvi ler a pastoral dei Comta disto o Comfesor para ver se estava este negosio bem detreminado para eu ficase mais descansada e o Comfesor me detriminou que lho fizese a saber a Vosa patrinidade o que agora faso
Frase s-10 e Vosa paternidade as dispodera ao que for de seu sorviso que eu athe qui estava em boa fe pelo que o primeiro Comfesor me detriminou
Frase s-11 agora de Caridade a Vosa peso a Vosa patrinidade Como pai d almas que nen por sonbras seja eu disCuberta nen Com o propio que não he o meu intento motivar pesoa algua
Frase s-12 e juntamente ainda que limitada na pesoa sera cauza de me emtregar nas maõs da morte vindose a saber

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