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1820. Carta de António Gonçalves, lavrador, para Joaquim José Salgado, seareiro.

Joaquim José Salgado

O autor pede desculpas ao réu e disponibiliza-se a pagar os prejuízos.

Texto: -

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~~Sr Compadre~~

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~~tenho a notiçia q Vmce esta a sahir dessa prizão e asim peçolhe logo q saia Venha a Minha caza pa nos compormos anvos e dois~~

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~~e asim lhe quero pidir perdão da grande ofença que lhe fez~~

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~~porem queira me perdoar tudo prq eu se o fez não foi pr minha caveça porque eu não me lembrava de lhe lebantar semilhante coiza~~

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~~tudo foi por me induzirem e quem foi eu a Vista lho direi~~

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~~e asim lembreçe Vmce do que nós comberçamos dobaixo da oliveira defronte da porta o anno passado em agosto~~

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~~apezar que eu me agoniei com Vmce por mo não trazer todo~~

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~~agora lhe digo que Vmce me pagara como e quando puder pois eu bem sei que sou culpado~~

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~~porem ja omildemente lhe peço perdão pois eu sou responçavel por todas as dispezas que Vmce tem feito~~

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~~e asim lhe peço mto segredo e quan-do Vier ao Meu monte não o Veja Alguem porque não quero que Venhão no conheçimento disto~~

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~~e escuza Vmce de me fazer mal com justiça porque o que eu hei de dar a justica dallo a Vmce~~

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~~e eu lhe pagarei bem este favor~~

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~~e asim espero que Vmce não falte e a Vista falaremos~~

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~~Sou seu compadre e mto Venerador Antonio Goncalves Hoje 16 de Maiio de 1820~~