PSCR0026
1542. Carta do doutor Jorge, médico, para o doutor Jorge Henriques, seu primo.
Autor(es)
Jorge
Destinatário(s)
Jorge Henriques
Resumo
O autor relata ao seu primo diversos acontecimentos e desventuras que lhe aconteceram na expedição militar contra Argel.
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Ao sõr dou
tor meu pri
mo jorge
ãriqẽs
Snõr primo
depois que de sirene parti forão tã
tas as tromẽtas que pasei que seria
ĩfinito cõtarlho p saber ir armada
argell fuy a genova a ẽbarquarme pa
ver se podia ganhar algũa cousa
pa repairar a fortuna derãmme
cargo do espritall do ẽmperador
cõ quỹze ducados de partido po mes
que feito nõ sosoder o negocio como
foi fizera pveito achei me ẽ hũa
galle que deu a costa cõ travesia
õde sahi u cõ grãde trabalho e pi
rigro que hi todos levamos dahi
fuy ter a ilha de sardenha ẽ com
panhia de algũas 6 cõpanhias de soll
dados õde estive este ĩmverno de
libirei vir busquar o sõr meu pmo
diogo fernãdes po eu saber estar so
fazẽdo os negocios da nacão
a quẽ davã empidimẽto seus asarios
que me despras todo este tpo que pasou
nõ a estado aqui poque que quiser ser
mao e pverso cõtra s a Repubriqua
rezão he que hũ do povo que seja ani
mozo se queira po por isso aRisquar
sua pa aquy estou e pouso cõ elle que
tpo nõ tenho ora pa poder fallar
cõ elle segũdo ãda cãsado e aflligi
do po nõ poder fazer cõ brividade
o que quer e cõtudo tẽto sõr primo
vos stifiquo que se fose posivell ir
a ese Reino a desafiar pa cõbater
a quẽ quisese sostemtar as mallicias
que ne e pouqua Rezão que ne
sa parte tem eu o faria poque na
casa do prĩcipe e na igreja e re
pubriqua nõ se a de dar excãdalo
e porẽ õnia tẽpus habet as cousas
ã de aver seu fim e decrinacão
da prisão de seu que me feze
rão os turquos p muittos ameacos
e penas que me derão cõ muitos
maos pastos que comi que tudo e ou
tas penas que apasei cahi ẽ huas mas
opillacoes de figado e estamago
averão tres anos e mo e nũqua
tive modo nẽ pusibilidade pa me po
der curar aeu apud prĩcipia
e cofores õnia sut ĩ bisicora
tenho ja opilacão ĩ comisano epa
tis et maxima comstipacao do corpo
poque ire ieqora sũt callida opar
et renes e gard e grãde adustão
e seu suor o llenho da china e po
a devoção que sempre tive ẽ seus
cõselhos nõ o quis uzar sẽ seu cõ
selho pesolhe por amor de ds que
cõ o primeiro que vier coreo que
vier me escreva largo do que farei
e se quiser poque p setẽbro me a
cabarei de curar e eradiquar desta
ma opillacão poque bẽ sabe que re
liqũtur ĩ morbis facille recidivũ
cõsueverunt tenho debilitado os ner
vos dos pes po amor do moito
laborioso que fis quado fugi asi sor que te
nho humor melãcolico e colera vitilina ẽ
comẽdome ao sõr diogo fernãdes que
me cure da tall ĩfermidade que ao pre
sẽte acõdeu vm, da sra sua molher
m ẽcomendo mill vezes aqui desejo estes de v
e asi vm do sor meu primo Amtonio gomes
e do sor seu pays ds o tenha a sua guarda
feita depresa a xx de maio de 542
primo como irmão e leall amigo
doctor georg
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