PSCR0139
1544. Carta de Mestre António para João da Costa.
Author(s)
Mestre António
Addressee(s)
João da Costa
Summary
O autor dirige-se ao destinatário dando-lhe conta da venda de diversos objetos e de cobranças que fez em seu nome.
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Ao mto estimado sor ho sor
Johã da costa ecp meu
sor ẽ flamdes
de mte amto
Sor Irmão
/ ẽ vosa merçe e da sora minha Irmaã e sobrinha todos
mtas vezes nos ẽcomendamos a feytura desta a ds louvores
estamos de paaz e de saude as quaes novas semp de todos
vos outos ouçamos/ diguo sor q despois q vos de ca fostes nã
tenho aRecadado nenhũa divida vosa nã sey se por estar
desacustumados de lhas Requererdes se po os eu ẽportunar
muitas vezes todo nã aproveyta nada poq manoel frz me
dixe q vos lembrava mui mal esa divida q dizies q vos
devia q todo vos tinha ja paguo/ dos alãbees tãbẽ vẽ cõ trin
ta mẽtiras ora me diz q pa a somana os ã de começar despois
diz q os que os fazia esta doẽte eu como nã tenho po onde os
demãdar pairo cõ elles voso amigo o malagueyro he o mayor
bulRã q ha no mũdo cada dia me diz q amenhã mos dara on
tẽ me dixe q vos nã ficara devendo senã ix Rs ja os queria
V aRecadados/ frco anes levou a manilha loguo aquela noite
q veyo cõ hũ homẽ eu ja era trinta vezes a casa ate que lha
dey pareceme q ho dro do conhecimto poq ficou por fiador da casa
dayo pla alma do guato ẽ tres anos q tivestes negoceo cõ
elle bẽ o podereis aRecadar/ o dos tres cos de londres yodoso ain
da q lho queira pedir nã sey quẽ he/ nẽ sey pa q me ley
xastes ca aqlles conhecimtos nẽ ho de dte diz pois lhe tendes
dada quitaçã o de guaspar vaaz tenho la ido trinta vezes
e nã o poso achar q esta na sua quinta e se vẽ ca negocear
algũa cousa torne se logo a ir/ o voso negoceo vyo tã mall pa
rado q me obrigou a fazer da neçesidade Vtude ẽtregueyo
todo a bastiã de moraes poq me dixe paulos nunez tãta Vtude
delle e poq foy a vosa ida tã apregoada e espãtada q logo
a sega fra se pubricou n alfãdega q nã pude al fazer elle
me deo boa esperãca pazera a ds q se fara bẽ ja la he na corte
as alcatifas estando ja pa as dar a hũ caixeiro po biij xdos
veyo me ds a de parar hũ homẽ q me deo ix xdos po ellas
o fato nã ha quẽ de sal nẽ agoa por elle quato vezes o tenho
levado ao pelourinho poq cõ a ida pa evora todo o mũdo vende
o seu fato o leyto dei po bc rs a mesa e cadeira Vmelha se aRema
tou po outos bc rs e a caixa po q davã bc se aRematou ẽ iiijc Rs
o artibãco e bãquinhos ẽ ccx o pote grãde clxiijc rs ẽ sousinha/
eu trabalho mto por vos aproveytar iso q ca ficou po iso podeis
descansar eu vos quysera agora mãdar hũ quarto d azte
senã que dixera q valia la mais barato q ca vede o q
quereis q vos mãde e se quereis tãbẽ algũ vo ou outa
qllqr cousa nã tenho po ora q vos mais espV senã q ẽ
ora mẽtes la esteVdes nos espvaes largo e po todalas vias
q pera ca vierẽ o sor ds vos tenha semp na sua guarda
meu pay vos mãda a sua bẽcã a todos e nos outa vez
nos tornamos a ẽcomendar ẽ vosas merces e da sora
isabell da costa desta cidade onde fiquamos bẽ saudo
sos oje xxb ds de Junho de 1544 anos
Voso irmão e amigo
Mestre amto
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