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[1617-1620]. Carta não autógrafa de Antónia Leal, mulher de um sapateiro, para um membro da Inquisição de Coimbra.
Autor(es)
Antónia Leal
Destinatario(s)
Anónimo115
Resumen
A autora enumera os argumentos que a levam a considerar que o seu cunhado é judeu.
pera verem os snors imquizedores
eu sou hũa molher cazada neste lugar de semide
com hũ homem
capateiro q se chama andre marques
he ha dous ou tre mezes
que temos em caza hua minha
irmão com seu marido
ho qual não sabemos d onde
he nem
se he gudeu nem se he truquo porq diz q os
trusquos q dizem
q a snra q não pari
sem varão e he ho arenegado q tal
diz deve de saber
muito dela
este
homem chamamlhe ho arenegado no fundam
onde esteve cazado com outra
molhe cristam nova e gavace
q fez la feitos q ho não
queimarem lhe roubaran a gustixa
e anda por cà escumugado disto
mesmo se gava ele
he homem q arenega de deus e de seus sanctos
e arenega
dos osos dos sanctos dos aterez gura polas tripas
de deus
gura polas chagas do diabo e emcomedase a
elas q lhe
valham os seus trabalhos diz q se deus
o matar de fome q
ma bocado a deus de comer
dele e q ha d acabar d a
renegar dix q a augua
q he maldita e q os malditos
vam pidila
a deus do seu dis quando ha de dizer es
peraime em pratiqua
diz q lhe esperem ate vinda de
cristo nisto mostra
ser gudeu q não crcer cre q
he
vindo ho mundo
diz q deuos q não pode perdoar peca
dos
diz q deus q não pode remediar trabalhos diz
q hũa
pecadora q se não pode salvar nem deus a pode
salvar diz
q os p pecados
garandes q se não am de
comfecar
senão porse os peis do comfecor e por os olhos n
no seu e
q logo fiquam perdoados diz q não tem q ir
fazer
a igreia nem tem q ir la ver diz q quer mal
os qrelegos
e as cousas da igria diz por esquarneo nouvada
seja a ca
ralhinha de c cristo diz quando diz sua molher os
poderes
de deus
nos valham respomdeponde os foderes
de deus
nos valham