PSCR1435
1620. Carta de António de Castro Pinto, cirurgião, para [Jorge Fernandes, padre].
Autor(es)
António de Castro Pinto
Destinatário(s)
Jorge Fernandes
Resumo
O autor defende-se de acusações injustas, exige a devolução de uma égua que lhe foi tirada e admoesta o destinatário.
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Não entendi, q hũ homen do abito de Vm quissese
enrgrar hũa falta como esta antes he boa proximidade
deseja por tudo ẽ paz e olhar q não a nhũ q não erre
e não caia en fraquezas vendo vm meu pessar e
arependimto devia levar isso per milhor modo do q
ho leva q me dizen vm negoçea tudo e e
nese casso a manilha mas dizẽme q e mto seu
devoto seja enbora q eu não tenho de meu mais
q perder na tera q essa egoa e q a perda pouco
se perde mas sinto o q se me faz ẽ activo e per passivo
estou cõ hũ pe, ẽ castela outro en pertugall não a boa
obra q se não page e coãdo na terra se não poden
paguar pagase na outra vida não era meu inteto
fazer mall a ningen deses sors mas po gomez deste izeda
negoçiou tudo cõ o fo da va onde estavamos poussados
ele foi chamou o juiz q eu não sabia as cassas ẽ algu-
selo nen os nomes dos mors e hũ mãoçebo d alen coãodo
forão
o pus ele e dentro ben sabe q eu não o conhecia
e q po gomes era o agresor de tudo cõ o fo da va e o
juiz e não se descullpen porq eu estou como lhe
digo não me enojẽ nen tomẽ soberbo q coãodo
cuidamos estamos milhor então damos qedas, não lhe
pareça q a min sso agravão e coãodo se fora
so
o sei agardeçer não queria q essa egoa
fose azo de ma ventura mais do q ten sido q
me não a de esqueçer isso toda minha vida e ja
sei algu sseco q nunqua o soubera e tivera
quebra das mas pernas, pois, Vm me levou a minha egoa
donde estava seja servido entregarma q ja
agora não o faço pela valia dela e me mãode
reposta de tudo pra me eu lhe perder as suidades e
vm não sei se me vio algũ dia - porq se me vira
conheçerame por seu criado inda q pasasse esa
parvoise depois de çea e veio la o fo da va q foi
chamar o juiz e o juiz sabia da picardia q não ia
não sia enganado nen eu abri portas algũas como
dirão se quiseren falar verdade q o juiz as abrio
todas como e verdade porq eu não fazia mais q
rir como, e verdade não me seja vm parte nen
eses sors o queirão ser a minha egoa me mãoden de
mais velen
coãoto quiseren e se la diseren q eu me
nomeiava por fameliar não e verdade nen avera pa
q tall diga cõ verdade coãdo velen de min e me cullpen
minha fazenda não se toma a força e taé gora agoardo
sua cortesia q não faltara qen ande coãdo seja
neçessario esse capote ben se ssabe não e meu q o le-
vei pra o frio. ben ssabẽ vs ms q se não fojira não erão
partes pa me tomar a egoa mas ouve vergonha de
ir ẽ tão ma cõpanha Vm se como
milhor lhe pareçer q coãdo a egoa fora obrigatoria
estar la vm ma ouvera de
q o mesmo lhe
ou-
vera de fazer q nunca me negei pra os homẽs
onrados deste criado de Vm oje 29 de março
de 1620
Anto de crasto pinto
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