Main Menu
Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-
Summary | A autora pede um favor a Maria Gorjoa. |
---|---|
Author(s) | Beatriz Camela |
Addressee(s) | Maria Gorjoa |
From | S.l. |
To | S.l. |
Context | No topo da carta lê-se a seguinte nota: "tambem se achou a R. esta Carta". Processo relativo a Maria Gorjoa, de alcunha a Cutilante. Era natural de Peniche e aí moradora, casada com Pedro Rodrigues. Foi presa em julho de 1646 sob a acusação de exercer feitiçaria e bruxaria. Maria Gorjoa teria adivinhado vários furtos, entre os quais um furto a um fidalgo a quem tinham roubado ouro e prata, recebendo por esta premonição a quantia de seis ou sete mil réis. Além disso, também foi acusada de curar pessoas com recurso a mezinhas. Eis um dos casos em que esteve envolvida: a ré encontrou uma mulher muito doente, a quem os remédios nada faziam, e disse-lhe que a doença dela era consequência de um feitiço. A doente deu a Maria Gorjoa uma bolsa que a pessoa que a haveria enfeitiçado lhe dera. A ré, ao abrir a bolsa, retirou de dentro uma pele de lobo branco, bem como uns papéis com corações desenhados e com uns escritos ilegíveis, que só Maria Gorjoa entendia. Enterrou o papel e, de noite, recolheu-se com a enferma e deu-lhe algo para comer. De imediato a enferma melhorou. Passados oito a nove dias, a doente ficou sã e pagou-lhe. A ré teria curado também outras pessoas por meio de palavras ininteligíveis e de beberagens. No ano de 1647, em dezembro, foi condenada ao degredo por dois anos para Castro Marim, abjuração de fé e cumprimento de penitências espirituais. Todavia, não cumpriu o degredo, tendo regressado a Peniche e às feitiçarias, pelo que voltou a ser presa, agora no Limoeiro. Em 1651, Maria Gorjoa foi novamente condenada ao degredo, mas desta vez para Angola ou para o Brasil, e pelo dobro do tempo. |
Support | uma folha de papel dobrada escrita no rosto do primeiro fólio e no verso do segundo. |
Archival Institution | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Collection | Inquisição de Lisboa |
Archival Reference | Processo 7278 |
Folios | [103]r e [104]v |
Transcription | Ana Rita Guilherme |
Main Revision | Mariana Gomes |
Contextualization | Ana Rita Guilherme |
Standardization | Raïssa Gillier |
POS annotation | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Transcription date | 2008 |
Sentence s-2 | |
Sentence s-3 | vra |
Sentence s-4 | |
Sentence s-5 | tendo |
Sentence s-6 | |
Sentence s-7 | ei lher |
Sentence s-8 | vras |
Sentence s-9 |