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Maarten Janssen, 2014-

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1820. Cópia de carta não assinada, atribuída a um salteador mas escrita no feminino, enviada a Ana Joaquina, lavradora.

Autor(es)

António Maria Vidal      

Destinatario(s)

Ana Joaquina                        

Resumen

O autor ameaça Ana Joaquina de represálias violentas caso ela não retire uma queixa.
Page 92r

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Senhora Anna Joaquina

Senhora. Eu como Mulher que sou, e perceben

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do a conversa que tiverão trez homens o da
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minha porta em a grande desgraça em que
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seu Marido está a cahir, e mais Vossa Mer
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, que qualquer dia é não o posso descobrir a
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respeito do Dezertor que foi prêzo no Algar
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ve que foi prezo injustamente, porque nem va
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léo de nada, nem nunca o ha de saber, e a de
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nuncia do Ourives, foi por vingar delle, e po
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nhase prompta para receber tão boa vezita
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que sei que lhe fazem, quer esteja no Monte,
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quer esteja na Villa, que sei se lhe chegão
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o Monte, que tudo quanto agarrão, e agarram,
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tudo morre, cuide muito depressa em hir dar
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o perdão ao homem muito depressa porque
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não lhe fez mal, e querendo com isto tudo
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quanto fôr seu será sagrado, e mais Vossa
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Mercê nunca terá prejuizo, nem seu Ma
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rido poderá passear por toda a parte, estando
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o perdão dado. Eu sou obrigada a hir a sua
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Caza debaixo de segredo declarar-lhe quem
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erão os homens, que estavão com esta conver
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sa debaixo de segredo, e então saberá quem
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eu sou. Cuide nisto muito breve.

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Hoje
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treze de Novembro de mil oitocentos e vinte
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