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Maarten Janssen, 2014-

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1823. Cópia de carta de José de São Miguel de Lobrigos, Ministro Provincial, para António de Poiares, frade.

Author(s) José de São Miguel de Lobrigos      
Addressee(s) António de Poiares      
In English

Copy of an instructions letter from Father José de São Miguel de Lobrigos, a Provincial Minister, to Friar António de Poiares.

The author instructs the addressee to move with his college of students to a different convent, from Penafiel to Barcelos, due to the complaints of the friars of Penafiel.

Friar José de Canelas and Friar José de Fornelos were accused of leading a mutiny in a Convent in Northern Portugal. They proclaimed political ideals of liberal conviction. In their defense came their Philosophy teacher, Friar António de Poiares, who would be also prosecuted. The latter didn't receive the approval of his fellow friars for several reasons: he didn't wear a regular outfit, didn't follow his teaching duties and despised the Christian education of his pupils. He was out all afternoons, he let the pupils play cards and play musical instrument, he gave them secret and quick lessons and kept the alimonies money.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Text: -


[1]
Muito Amado Irmao Mestre Leitor Benediccte
[2]
Reçebo a sua Carta em resposta a minha antecedente e não deixo de admirar que o Irmao Mestre se proponha a disputar a authoridade que tenho com o defenitorio de Remover hum Collegio em qualquer tempo do anno de hum para outro Convento,
[3]
talves o Irmão Mestre prezuma que o Requerimento do sindico e Commonidade he algum Libello de queixa Contra o Collegio,
[4]
porem não he asim
[5]
eu diçe ao Irmão Mestre a razao que nos obrigava a removelo dali para o Convento de Barçellos,
[6]
o Nosso Sindico, Padre Guardião e Commonidade esperavão o alivio da Caza no prinçipio do primeiro anno da sua Leitura e eu lhes havia dado alguns indiçios disto na Conformidade dos Estatutos, mas não o fizemos talves para Para que o Irmão Mestre não ficasse sem o seu Collegio
[7]
e vendo elles frustadas as suas esperanças, requererão agora com asignatura da Commonidade,
[8]
e nós não podemos deixar de attender a hum tál Requerimento que alem de ser fundado em toda a Justiça, e razão, em nada offende o Irmão Mestre, nem o seu Collegio.
[9]
Portanto Rogolhe como amigo que sou, que não queira agora suscitar huma questão, cujos rezultados podem ser prejudiçiais ao seu mesmo Collegio.
[10]
O seu companheiro Padre Guardião de Barcellos Conta com este pezo e me lizongeia tanto na Resposta que me deo quanto o Irmão Mestre me aflige com a sua:
[11]
elle preciza de alguns dias para arranjar as Céllas e neste Correio lhe mando algumas obediençias para se desocuparem algumas,
[12]
em Correio seguinte para ahi Remeterei as obediençias para se se derigirem para o Convento de Barçellos digo para o dito Convento de Barçellos
[13]
Espero do Irmão Mestre se disponha para a Jornada, e que não haja barulho que nos inquiete,
[14]
Advirto mais como lhe diçe na minha antecedente, que não tendo o Convento de Barçellos capaçidade para Reçeber mais de sette Collegiais, e seu Mestre, e mesmo por lhe não aggravar o pezo, rezolvemos tirar desse Collegio dous Estudantes,
[15]
e tendo com o Irmão Mestre toda a contemplação deixo á sua escolha quais elles devão ser, avizandome logo quais hão de ser para dar as providençias.
[16]
Espero da sua providençia conVenha em tudo isto, e viviremos todos em boa harmonia, pás, e suçego.
[17]
Deos Guarde por muitos annos como lhe dezejo.
[18]
Valle de Piedade do Porto honze de Janeiro de mil OitoCentos Vinte e tres
[19]
Do Ir Do Irmão Mestre Leitor Venerador affectivo Irmão e Servo Fr Jozé de Sam Miguel de Lobri-gos. Ministro Provinçial

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