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Maarten Janssen, 2014-

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1627. Carta atribuída a João Gomes Lopes, confeiteiro, mas assinada com o nome de João de Borba Rolão, para o seu irmão, Francisco da Fonseca, confeiteiro e mestre de meninos.

Autor(es)

João Gomes Lopes      

Destinatário(s)

Francisco da Fonseca                        

Resumo

O autor, sob falsa identidade, repreende o seu irmão quanto à sua atitude de abandonar mulher e filhos.

Texto: -


[1]
Muito sobresaltado fiquei com hũa carta q me mostrarão de vm, que pareçe, q ou vm não entende ou está cego, pello q tanto vai a todos, e o q vai em vm se resolver em não pareçer, pois o perigo esta certo, q disse cristo na boca de dous ou de tres esta toda a pallavra,
[2]
e quem foi tão vertuoso q o alcancou devia dar mtas graças a ds, e buscar remedio
[3]
e não lhe lembrar molher nem filhos, q não he isto com q se a de zombar
[4]
e o perigo he certo, e certissimo, não ha filhos nẽ molher nem pobreza q detenha vm
[5]
esta amoestado, e avizado
[6]
bom não, aguardar lhe digão maes; q a vm a sua molher e filhos ha ds de remedear, q ca não ha com q q levou ds sua cunhada e ficou a casa de todo acabada,
[7]
e quando possão assim farão mto,
[8]
e comtudo, farsea o que se puder fazer, sem q se falte em nada e vm não tem q esperar senão a caida do ceo,
[9]
Avizo porq importa fazello,
[10]
e se vm o não faz dara larga conta a ds q lha tomara mui estreita
[11]
ds gde vm mtos annos
[12]
Lxa 15 de Junho de 627 annos
[13]
João de Borba Rollão

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