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1677. Carta de Luís Nunes Tinoco para destinatária anónima, freira.

ResumenO autor conta como foi chamado durante a madrugada para o que pensava ser um desafio, tendo assim desobedecidoa um "preceito" da destinatária.
Autor(es) Luís Nunes Tinoco
Destinatario(s) Anónima61            
Desde Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa, Rua das Arcas
Contexto

Este processo diz respeito a Manuel Nogueira Machado, cristão-velho, solteiro, de 32 anos, mestre de meninos, acusado de sodomia. O réu era filho de António Nogueira Machado, músico, e de Catarina de Campos, natural de Porto de Mós e morador em Lisboa. Manuel Nogueira Machado teve primeiro uma escola no bairro de Santa Ana, depois, na Travessa de São Julião, e lá ensinava meninos entre os 11 e os 13 anos a ler e a escrever. No entanto, vários destes meninos denunciaram o réu por sodomia. A princípio, o réu negou tudo, mas depois acabou por confessar.

Em auto-da-fé de 10 de maio de 1682, foi sentenciado a açoitamento pelas ruas públicas da cidade e a degredo por tempo de dez anos para as galés, onde devia servir ao remo, sem soldo, a arbítrio da Inquisição, mais penas e penitências espirituais. A 29 de novembro de 1685, teve um despacho favorável a uma petição sua, passando a cumprir o seu degredo no Brasil.

A presente carta, que consta do processo, nada parece ter a ver como que ele testemunha.

Soporte um quarto de folha de papel escrito no rosto.
Archivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fondo Inquisição de Lisboa
Referencia archivística Processo 9488
Folios 20r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2309634
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcripción Leonor Tavares
Revisión principal Catarina Carvalheiro
Contextualización Leonor Tavares
Normalización Catarina Carvalheiro
Fecha de transcipción2015

Texto: -


[1]
De saco me pudera eu agora vestir pelo sentimto com q fico da molestia q cauzey a VM em dia de tanta festa
[2]
Confesso, a culpa e peço o perdão, q não posso fazer mais que mostrarme rendido, e reo. ser foi o cazo; q de repente pla madrugada de domingo, me mandou o meu Contor Cavallo
[3]
e q logo logo me puzesse nelle, e desse comigo em Bemfica, onde me esperava:
[4]
e não sendo isto dezafio; cuydey q o era, e nestes termos era covardia regeitallo.
[5]
Veja VM se he isto o contro do q VM prezume de q fuy á Gloria,
[6]
q sendo esta pa mim a de assitirlhe a VM
[7]
como havia eu deixar de receber a honra e mce q VM me faria.
[8]
E este recado q me mandarão, totalmte me varreu o preceito de VM ao qual prometo não faltar mais.
[9]
O ser VM Freyra não se pode prezumir, sendo q pa o ser em VM se achava sedo o dezengano, e recolhi-mto
[10]
E por isso lhe sou tan devoto.
[11]
Do Graciano, entendo pelo q VM me diz q tem pouca graça, denominando se todo da graça, mas podia sobrar-lhe a divina e faltoulhe a humana.
[12]
Desculpuo, pelo q me pode su-ceder qdo seja tambẽ Pregador como elle, offo de q Ds me livre com bem, e a VM mta saude como lhe dezejo.
[13]
Vay a petição e com ella o meu coração.
[14]
Caza 14 de Agto de 677
[15]
Ao e C q mto lhe dezeja Luis Nunes Tinoco

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