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Maarten Janssen, 2014-

Sentence view

[1624]. Carta de António Bocarro para Miguel Francês e Pedro Francês.

Author(s) António Bocarro      
Addressee(s) Miguel Francês       Pedro Francês
In English

Family letter from António Bocarro to Miguel Francês and Pedro Francês.

The author complains to his uncles about the way they started to treat him since he moved to India, accusing them of not supporting him or his sisters, and threatening to cut off relations with them.

The defendant in this process is Miguel Francês, arrested for Judaism on February 9, 1626. It was delivered to the Inquisition by the defendant on February 12, 1629, according to the note on the top right of it. This is a 2nd copy. In the process of Grácia de Sarzedo (IL10098), sister of Miguel Francês and Pedro Francês, there is a 3rd copy, which was in the possession of Pedro Francês, dated December 16, 1624, (hence the conjecture on the date of this letter, with a similar content and the same date, but where the year is illegible).

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Text: -


[1]
Jhus maria
[2]
Admirado me tem, sors tios miguel frances e po frances a estranhesa q vsms me tratão em esta terra estando eu nella mais de des annos, esperando correspondão vsms ao sangue sequer com o q fasem a estranhos;
[3]
E certo q nenhũa cousa vsms perderão antes ganharião mto se me ouverão mandado as suas encommendas, como fasem a Anto vaas mez, e mel dias da silva, e Bmeu sanches, q não so lhe fasem isto q digo mas ainda lhe adquirem as de particulares, como agora as de maior de castro;
[4]
deverão vsms considerão, q sirvo outrem; e a cabo de des annos ja me não attreverei a apparecer em esse Reino pobre, e misero como estou, e estas lembranças escandalisãome;
[5]
bem differente o fiserão vsms com seu sobro enrique frances a quẽ armarão pa Angolla; e suas irmãs ampararão;
[6]
e as minhas não as não ampararão mas ainda a mim me desemparão tanto, q nem ainda com suas encom-mendas me são bons;
[7]
certo q cuido eu q nem inimigos, qto mais parentes usarão tais rigores;
[8]
e não sei q diga;
[9]
somte digo q deve de nacer isto ainda da differença de seu fo mel, a qual a sra ma-ior francesa tomou tanto a peito;
[10]
hora pois heme sequer boa sua irmã de vsms;
[11]
e tia minha gracia dias; não tem ella tantos filhos pa quem o aver mister,
[12]
bem pudera ella diser a seu marido, q eu sou seu sobro, e q sequer com suas encommendas me ajudasse;
[13]
e ouveralhe de lembrar q minha mai a ajudou criar,
[14]
mas emfim eu me persuado, q ella e as sars suas molheres se conjurarão contra mim, e q por sua causa me tratão vsms deste modo
[15]
deverão vsms advertir, q são meu sangue, e posto q as sars suas molheres não, ellas conhecerão q se enganão em quererem ter inimigos, pois os q o são ainda ausentes sabem fartar sua colera.
[16]
esta verdade exprimentara taobem seu sobro mel bocarro, q dis ser meu irmão, q me mandou carta de hũs 2V os, e dispois se arrependeo,
[17]
não se ha elle de rir, e diser q os tem, e eu sirvo outrem;
[18]
eu me faço clerigo pa o q fis meus negocios como me pareceo;
[19]
e pois vsms me tem tão estomagado sem causa, tomarão o q lhe vier;
[20]
e assi me podem ter não por não seu servidor, mas nem por seu parente.
[21]
nosso sor ettc
[22]
Cochim 16 de dezro de 624
[23]
Anto bocarro

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