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Maarten Janssen, 2014-

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1830. Carta de Maria José dos Anjos da Guarda e Silva para José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel, caixeiro.

Autor(es)

Maria José dos Anjos da Guarda e Silva      

Destinatario(s)

José Nicolau Teixeira de Aguiar Cresuel                        

Resumen

A autora queixa-se ao amante, preso, dos maus tratos do pai e da perda do filho que esperava.

Texto: -


[1]
Meu Querido Marido
[2]
Ha bastantes tempo q eu querido filho não tenho tido noticias tuas, o q bastante me tem custado no eterno do meu coração pois hes tu a unica pessoa a quem estimo e de quem depende toda a minha felecidade;
[3]
Meu querido Merido sabras mui bem q meu Pai nas vesparas de tu me tirares do seu poder, q me deu mtas pancadas com huma bangalla e q me fes nodas negras no meu corpo do q tenho padecido mto
[4]
e o rezultado das pancadas foi eu ter hum mao suçeso
[5]
A meu querido Menino sei quanto te ha de ser sencivel esta triste noticia q te dou
[6]
porem eu tenho sentido os maiores transportes de dor,
[7]
suma penna me acompanha a minha alma de se ter perdido o primeiro filho teu e meu,
[8]
A quanto somos enfelizes,
[9]
porem eu protesto Vingança contra o autor dos nossos males,
[10]
meu filho tem pacssiencia q nos pella a nossa constancia havemos de Vencer,
[11]
eu jamais deixarei de ser tua mulher;
[12]
o Snr Joaqm Joze da Silva tem recomendado mto as filhas q me Vejie por isso não posso ser mais extença
[13]
e familia Vaise mechendo pa se levantarem
[14]
adeos meu bem
[15]
rebe hum Beiginho da tua Mulher
[16]
A dezoito da Maio do ano 1830 Maria Joze dos Anjos da Guarda e Silva

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