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Maarten Janssen, 2014-

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1718. Carta de Ana da Conceição para o marido, Teodoro Pereira da Costa.

Author(s)

Ana da Conceição      

Addressee(s)

Teodoro Pereira da Costa                        

Summary

A autora dá ao marido notícias sobre a venda de umas casas suas, sobre a doença de uma criada e sobre como se sente abandonada pelos seus conhecidos, tendo encontrado apoio apenas numa pessoa. Expressa as saudades que ela e o seu filho sentem dele, e o desejo de o ver em breve.

Text: -


[1]
Querida prenda dos meus olhos
[2]
Estimarei q estas regras vos ache com perfeita saude Livre de toda A molestia q vos possa aflegir q he o que eu mais estimarei
[3]
Ds vos asista com aquella saude q vos dezejais pa meu Amparo;
[4]
recebi duas vossas e dellas fis a estimacão q vos me meresseis servindo de grande Alivio em meio de tam dilatadas esperanssas
[5]
En ellas me dizeis me mandaveis hũms lenssos A minha mãe
[6]
não chegarão
[7]
tambem me falais em hũas coartas de tabaco,
[8]
huma so recebi estando Inda vos na Baya
[9]
eu estimey mto por ter A fortuna de ver prendas vossas
[10]
nesta frota veio ordem pa se venderem As cazas como se venderão e pello gosto q tinha nellas as mandei Arematar e chegarão a des mil e tantos cruzados
[11]
este favor me fes hum compe nosso Jozeph Ribro salvado o qual he padrinho de Crisma do nosso Anto
[12]
elle he dessas partes do Reino e nelle tenho Achado huma vontade tam grande Acompanhada da obra em o dezejo de vos servir pello q de vos tem ouvido medindo o meu dezemparo com a vossa falta q posso dizer tive em ella nelle parte de hum grande Abrigo q Aquelles Amigos q vos ca tinhãs, nem huma sede de Agoa delles recebi q despois q vos fostes desta terra nenhum mais me soube a porta porq eu não tinha quem mandasse fazer vesitas de grassa
[13]
e A thomazia he a que athe agora me tem mandado lavar a minha roupa pello Amor de Ds pois q foi tal a minha fortuna q fiquei com Joana toda podre q athe aqui me não tem feito couza nenhuma por estar cheia de Alporquas
[14]
o prestimo q tem he fazerme dar Dro ao capam do mato quebrando sempre o regimto das curas
[15]
se não fora huma negra de meu compe não tinha Com quem hir ouvir huma missa
[16]
pormita Ds o trazervos ja A vista dos meus olhos pa meu emparo pa sessarem tam dilatadas esperanssas
[17]
por ser couza de mim mais dezejada pellos meus pecados me castiga Ds sostentandome em esperanssa tão perlongada q cada momento me paresse huma eternidade fora de vossa vista
[18]
não sei como ja estou viva por cauza das mtas penas e doenssas q tenho tido despois de vossa partida o q em outro tempo em vossa bao compa tudo hera nada pa mim por ter em vos todo o Afago e Abrigo
[19]
nao vos molesto mais
[20]
so pesso a Ds me satisfassa a minha vontade com a vossa boa prezenssa e compa
[21]
hoje 13 de marco de 1718
[22]
desta vossa mto Amte e oBediente espoza q mto vos quer Athe a morte Anna da Consseicão
[23]
Nosso filho se recomenda em vossas memorias e vos tem sempre prezente emcomendando todos os dias a Ds a seu Pay com a mta saudade q tem vossas
[24]
elle Anda aprendendo A solva

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