O autor pede à mãe que lhe mande entregar vinho na prisão e que trate dos seus assuntos enquanto ele não o pode fazer. Mostra-se apreensivo em relação ao que a Inquisição lhe pode vir a fazer.
Oje sestafra doze do mes vi o seu feito a nove o q diz do Livro
branco ja q ha de ser pudera ser o q eu disse pois tanto custa
assi como assi q esse desencadernado não sei qual hé e ouverame
de dar outro sinaL mais delle, perq pode ser algũ q não cõvenha
ao tempo. o pe pareçe q tem pouca vontade de mandar o seu, e
de esCrever como prometeo, portanto não o forsse mto. O vinho
não venha polla snora perq não passara qua como o outro. mãdelhe
pedir o frasco Ja q bebeo o vinho. E se o bulle vier tãobem o arre
cade, per q não ficara aqui. Dos pardaos Ja disse tudo se
me entendeo perq não se sofre, nẽ eu o fiz senão per obedecer.
E saiba ella q os mandei eu pedir de meu nome. per contempori-
zar q bem sei quantos terá despendido E pode ser q maL
pois tarda tanto, e passa assi per tantas mãos. e Lembresse
VM q se algũ dia pedir eu outros sem dizer o pera q q me
entenda, pois aqui não há mercançias, E não queira ella
Remar d ambas as mãos. A letra Leo milhor q toda a outra
como ja disse mtas vezes, e ainda q fora ruim a lera mto bem,
E per vida de VM, e minha q nẽ hũa palavra deixo de
entender, e o q digo hé pollo q deixa de esCrever, q o mesmo
dissera ainda q viera esCrito de forma perq se VM me não
escreve do AneL q tantas vezes lhe disse, q tem de ver cõ
não ler bem a letra, q hé mais Clara pa mỹ, e a leo milhor q
a d antonio, e isto posso jurar de VM Ler esta bem e esCrever
tãobem