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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1623. Carta não autógrafa de Dom Luís da Gama para o seu irmão, Dom Francisco da Gama, 4º conde da Vidigueira.

Autor(es)

Dom Luís da Gama      

Destinatário(s)

Dom Francisco da Gama                        

Resumo

O autor dirige-se ao seu irmão, vice-rei da Índia, comentando diversos assuntos relativos à defesa daquele estado e às circunstâncias do seu cativeiro no reino de Nápoles.
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Cueixome, a Resolução q VS tomou em passar a esse estado nas embar-quações piquenas q achou em Mocãbiq foi mui asertada, mas arisca-da, porq como era cabo de Monção podião as corentes faserelhe mto empidi-mento e Verse VS em mto grande perigo e falta d agoa e mantimtos O Miseravel estado em q VS achou esse ha mtos dias q lhe eu tinha ad-vertido. e por essa resão o persuadia a não fazer tal Viagẽ. Primita Deos q o mto q se VS canssa por remedear as couzas aproveite, o q VS fes em Cochĩ em aplicar os dous por cento pa a cide fazer artelha e redificar os muros hei p mui asertado, e o mesmo pareçera a todos q ponderarẽ sem paixão pq p este modo em q emtrodosiu VS este tributo em q a cide não queria vir ha tantos annos. e modo pa se defender e refaser as ruinas q tinha; o q VS me dis de Crãganor mtos annos ha q o tenho escro a sua Mage o q em-porta he ser señor do mar; pombais qtos menos melhor. A compra q VS fes da Naveta foi mui boa e asertada, em Madrid folgarão mto de saber q ella estava na Ilha Terceira, tanto q franco de Luca mo escreveo grande alvoroço. e mais a festejarião depois de chegada a Lxa, a nova da perda de Ormus se soube em Mayo por tra. se não mandarẽ secoro a VS sera por não quererem. e não por lhes faltar tpo pa o aprestarẽ; o Pe Colla-co me escreveo ha mezes q instava p q se acudisse grão calor. mas como nos Mnros do Consso ha pouco. duvido facão cousa q preste; eu qro mto a VS e desejolhe mtos beĩs, Mto estimara poderlhe aliviar os trabalhos mas tornar a India nem pla mesma vida o fisera. e não tem sua Mage mces q a isso me pudera obrigar. pq estou tão escandalisado de Portuguezes. que estou resoluto em não viver em Portugal. nem servir a elRey naquella Coroa. melhor me vai com os estrajeros q c os naturais, e he isto tanto assi q com mais gosto passarei a vida fora daquelle Ro comendo pão de fare-llos q nelle todos os mimos q ha. creya VS q me custa mto privarme dos a que quero bem. mas sem resões e esquivancas podem mto. O Partar q VS me aponta dos abitos q levou tratarei em Madrid como la for. porq não he cousa q se possa tratar por carta. e sendo preso. e o mesmo farei no q VS apontou sobre os Imgreses. q me pareçe cousa muy posta em resão mormente agora c o cazamento do Principe de Cales a In-fanta e se os castelhanos não são de todo enimigos nossos, de crer he q nas ca-pitulações q fiserão tratarião deste particullar. A señora Conda me escreveo em 7 de Outubro depois de Receber as cartas de VS q vierão na Navetta; q ficava emtrouxada pa ir pa a Vidigra deve ser ordem de VS Mas serto q me pareçe q não era aquillo o q comvinha a VS pa a criação do sr D Vasco e tãobem pa os negoçeos de VS se nisto digo mal. VS me perdoe. Cuando me prenderão. me tomarão a fazda q tinha; emqto o Conde de


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