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Maarten Janssen, 2014-

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1733. Carta de Isabel Gomes da Veiga para o seu marido, Manuel Soares de Vasconcelos, capitão de quadrilhas.

SummaryA autora acusa o marido, preso na cadeia da Baía, de não lhe enviar notícias durante 22 anos; descreve com pormenor as diligências que fez para saber onde ele andaria, bem como o muito que padeceu sem ele e o seu auxílio.
Author(s) Isabel Gomes da Veiga
Addressee(s) Manuel Soares de Vasconcelos            
From Brasil, Rio de Janeiro
To Brasil, Salvador da Bahia
Context

Manuel Soares de Vasconcelos foi acusado por crimes de bigamia depois de a sua primeira mulher ter tentado saber o seu paradeiro várias vezes ao longo de vinte e dois anos de ausência. Isabel Gomes da Veiga soube pelos banhos que o seu marido se casara novamente e escreveu-lhe duas cartas, uma em 1730 (PSCR0750) e outra em 1733 (PSCR0676), respondendo-lhe já da prisão Manuel Soares em 1734 (PSCR0675). As cartas foram incluídas no processo como provas de que o réu sabia que a primeira mulher estava viva quando se casou.

Support duas folhas de papel dobradas, escritas em cinco faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 7762
Folios 82r-84r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307848
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcription Mariana Gomes
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization Mariana Gomes
Standardization Clara Pinto
Transcription date2015

Page 82r > 82v

Snr Manoel Soares de vascoz:

Meo Marido mto do meo Coração. Nunca cuidei q a forma fosse tão adverssa pa mim como agora chego a exprementar pella notiçia q tenho do trabalho em q vm se acha nessa prizão, e suposto q q reputo por justos Juizos da devina Ma-gestade; nem asim acho aLivio ao grde sentimto com q fico, na comssiderassão da ssua molestia, q Sertamte se acabará esta minha vida morta, pa de todo suavizar vm os seus trabalhos; pois não e contentando a minha ssorte com a auzca de vinte e dous annos, q tantos que vm se foi da minha compa pa as minas, dizendo q a tratar da vida e pa melhor dizer, desde q o franssez invadio, esta terra na era de 1711 se revirou vm com o Pe Anto Metella pa as das minas, e desde emtão, nem o temor de Deos, nem a obrigassão de Cazado, e comizerassão da pobreza em q me deixou e amor com q sempre me estremessi, com a sua pessoa, poderão obrigalo a voltar pa a compa desta sua tão desdichada mulher, não obostante as deligenssias q pa isso fis com precatorios de justissa, novenas, deprecassons a Deos e aos seus Santos, a vista do que tudo atribuo por castigo dos meus pecados: Se vm fizera algũa deli-gca por ssaber de mim ou quizera ter o detrimto de retificarsse pessoalmte se eu era viva ou morta, não chegara a exprementar a constarnassão em que Se , e tão ariscada athe comtinuarem os trabalhos: emfim nesta pte o não quero molestar mais; reportandome as magoas do meu coração e as la-grimas dos meus olhos, athe acabar esta triste e desgrassada vida, por sser remedio unico da ssua e minha fortuna; Por via do Tente Coronel Dez



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