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Meu Snro vejo a carta de Vmce e o favor e caridade q me fas
o q pormita premiarlhe o Çeo e eu emqto me durar a vida
sempre conhesirei o q lhe devo, vai o q Vmce me pede de
ntro desa comdesinha e as sircunstançias q me procura
so me lembro de q pus os dedos no q vai tomeia de sor
te na lingoa pa q se não moldase o pegase alguma par
te q da mesma boca a lansei donde vai e o mesmo fis a o
utra q pedi, o pa q as tirei não lho poso explicar por me não
atrever a dizer tanto de mim e juntamte por não escandeli
zar a Vmce os ouvidos mas so lhe digo, foi pa mto mao fim
e por iso esa vai tão deneficada q se não pode tirar donde
esta e asim com a folhinha lha remeto, e o q a Vmce lhe peso, pe
lo amor de Ds não pase isto a ninguem inda q seja
sasardote mto esperitual porq eu lhe não dou tal lisen
ça pois temo se saiba como custumão serem as couzas
qdo q pasão a sigunda pesoa e eu não qro como couzas
tão fundas se devulguem e me metão neste comvto no
casesre q lhe afirmo a Vmce q se no poder destas senhoras
me vir padeser no dito casere me sinto com animo de
renegar e matarme a mim mesma antes q elas o fasão
e q tendome debacho da sua mão como semilhante em
preza he emfalivel e por iso antes ser comsomida em ar
gel q antre emnemigas e pondenozas , padeser por semi
lhantes delitos não se me ofereçe dizer mais, o Çeo me gde
a sua pesoa como lhe dezejo N S Esperança de Abrantes
oje treze de julho de 1745