PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1718. Carta de Ana da Conceição para o marido, Teodoro Pereira da Costa.

ResumoA autora dá ao marido notícias sobre a venda de umas casas suas, sobre a doença de uma criada e sobre como se sente abandonada pelos seus conhecidos, tendo encontrado apoio apenas numa pessoa. Expressa as saudades que ela e o seu filho sentem dele, e o desejo de o ver em breve.
Autor(es) Ana da Conceição
Destinatário(s) Teodoro Pereira da Costa            
De Brasil, Rio de Janeiro
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O réu deste processo é Teodoro Pereira da Costa, médico no Rio de Janeiro, preso por judaísmo pela Inquisição de Lisboa em 1716. A carta presentemente transcrita parece ter sido escrita pela sua mulher quando este ainda estava preso, pois só foi libertado em 1720. A carta foi, provavelmente, enviada à mesa do Santo Ofício, por se dirigir a um prisioneiro, mas não é mencionada no processo, nem parece servir de prova, e aparece misturada com interrogatórios de 1716.

Suporte duas folha de papel dobradas cada uma escrita no rosto
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 2222
Fólios 11r, 12r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302133
Transcrição Mariana Gomes
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Page 11r > 12r

Querida prenda dos meus olhos

Estimarei q estas regras vos ache com perfeita saude Livre de toda A molestia q vos possa aflegir q he o que eu mais estimarei Ds vos asista com aquella saude q vos dezejais pa meu Amparo; recebi duas vossas e dellas fis a estimacão q vos me meresseis servindo de grande Alivio em meio de tam dilatadas esperanssas

En ellas me dizeis me mandaveis hũms lenssos A minha mãe não chegarão tambem me falais em hũas coartas de tabaco, huma so recebi estando Inda vos na Baya eu estimey mto por ter A fortuna de ver prendas vossas nesta frota veio ordem pa se venderem As cazas como se venderão e pello gosto q tinha nellas as mandei Arematar e chegarão a des mil e tantos cruzados este favor me fes hum compe nosso Jozeph Ribro salvado o qual he padrinho de Crisma do nosso Anto elle he dessas partes do Reino e nelle tenho Achado huma vontade tam grande Acompanhada da obra em o dezejo de vos servir pello q de vos tem ouvido medindo o meu dezemparo com a vossa falta q posso dizer tive em ella nelle parte de hum grande Abrigo q Aquelles Amigos q vos ca tinhãs, nem huma sede de Agoa delles recebi q despois q vos fostes desta terra nenhum mais me soube a porta porq eu não tinha quem mandasse fazer vesitas de grassa e A thomazia he a que athe agora me tem mandado lavar a minha roupa pello Amor de Ds pois q foi tal a minha fortuna q fiquei com Joana toda podre q athe aqui me não tem feito couza nenhuma por estar cheia de Alporquas o prestimo q tem he fazerme dar Dro ao capam do mato quebrando sempre o regimto das curas se não fora huma negra de meu compe não tinha



Representação em textoWordcloudManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases