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1711. Carta de Manuel Mendes Cunha, homem de negócios, para o seu tio, Manuel Mendes Monforte, médico.
Author(s)
Manuel Mendes Cunha
Addressee(s)
Manuel Mendes Monforte
Summary
O autor notifica o seu tio sobre o decorrer dos seus negócios, queixa-se da carestia de trigo e de azeite, que está a afectar todo o reino, e das revoltas que têm ocorrido no Brasil, dificultando o comércio. Dá ainda notícias de que decidiu, juntamente com a sua mãe, apresentar-se à Inquisição para evitar ser preso, dadas as recentes prisões de que falra noutra carta, e avisa-o, ainda, da morte na miséria de um seu tio, Pedro da Cunha de Oliveira, que estava preso. Também o notifica do atraso da frota em que enviava a carta que, devendo partir em março, ainda não partira em maio, devido às revoltas no Brasil.
procurar pelas esmolas foime presizo tratar de sua venda pa que não ouvese mais queixas, e asim vendi ditoz seis fxoz
que tendo por cabesa 36 @ deitarão liquidas 34 @ que
a 1350 rs como oz vendi cativoz foi seu rendimto 45 U 900 rs
e Vmce ordena se de como se ve do seu rol 53 U 800 rs e vem
a faltar 7 U 900 rs mas fica ainda em ser o frasco de balsemo
que não sei o que rendera, e não obstante thenho dado todas
as esmolas eisetto 12 U que se mandão dar az tres pessoas
de monsanto, mas ordeno neste coro a Bra a pesso a quem
an de emtreguar oz ditoz 12 U, nosso sro de a Vmce mta vida
e saude pa fazer semelhantez obras de caride que a dilige
nsia que estava na ma mão fila mas não se puderão ve
nder nem por maior preso nem mais breve que ainda
ha menoz de 20 dias que sahirão do Navio, oz dois fxoz
que vmce ordena se dem a illena Nunes e a sua cunhada
ficão em meu poder e serão de seu rendimto emtregues em
sahindo que premita Ds seja com bem e brevemte
adevirto a Vmce que no conhisimto doz 9 fxoz que vinhão em do
Navio alagoaz se não achou nenhum que tivese mais de
6 @ e o pro do conhisimto diz 8 @ parese foi incovocacão
porque se viese algum de 8 e cá se avia de achar pois
daquela mca não vinhão mais naquele Navio.
Dou a vmce notisia em como foi Dz servido levar pa
si em 25 deste a meu Tio Pedro da Cunha de olivra que quis
a sua furtuna que cheguase acabar numa cadeia
tão mizaravelmente que me asegurarão morrera a mi
ngo e mizeria por lhe faltarem oz alentoz, e conservou
tanto as suas desporpozitadas teimas emthé a ora de sua
morte que estando sinco dias de cama não foi que m
andase hum recado pa que eu lhe foze falar, e mostrar
que estava arependido do mto mal que me avia feito; e hum
doz maiores motivoz de sintimento que me aconpanhão
he considirar que morreo sem emtender que morria
que he o que se deve sintir, Ds noso sro como Pay de Me
zericordia premita ter mta com sua alma e não lhe pedir