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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0077

[1829]. Carta de uma autora não identificada para José Moro, espanhol, preso.

ResumoCarta de amor com queixumes a um destinatário que estava na prisão.
Autor(es) Anónima11
Destinatário(s) José Moro            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

A José Moro, espanhol preso na Cadeia de Belém, foram apreendidos diversos papéis e 11 moedas falsas em chumbo. Entre os papéis, escondidos na roupa do preso, o carcereiro encontrou um livro de contas, desenhos, cartas e bilhetes. Testemunhando as razões da sua prisão, o réu contou que tinha sido abrangido pela «medida geral para prender os espanhóis no dia 7 de junho de 1828 por ordem do Intendente» (PS6024).

Suporte quarto de folha de papel escrito no rosto e no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 136, Número 20, Caixa 361, Caderno 1
Fólios 31r-v
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Ana Guilherme
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Cara Prenda.

Eu defalecida, pego na penna para lhe enviar a cauza da minha molestia, e dos meus Sentimentos, pois pençava que não tornaria mais a ver, o vosso Rosto encantador; pois não paço hora nem estante, que se me não reprezente, no teatro dos meus sentidos, mas não tenho Correspondido hás Suas mimozas Letras, por cauza da minha Molestia. Seos, tanto vos tenho pedido a morte, por me ver numa Solidão de huma Cama, Sem poder falar a hum Bem, q tanto o trago retratado nas minhas edeias, sem nas poder aLeviar. Mas as Alevio, quando veijo, os vosso mimozos Cabelos q vós me destes, para desfazer á vista deles, as minhas Lembranças, e aliviar os meus Olhos, que têem sido duas fontes, q têem Corrido pelo meu rosto, pois por minha vontade todos os dias vos Iria ver, aSeitara Este Coração magoado, de huma firme Amante que a vista terão descanço os meos Olhos. Quando o meu Coração palpita Ele em Segredo me diz, Que contigo tarde ou Sedo Hei de vir a ser felis. Quando vires o meu Cabelo Lança os Olhos para o chão, Lembrate deste meu triste terno Coração Vai tu Carta ser entregue As Lindas mãos de meu bem, Para que poça saber O qto eu lhe quero bem


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