PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS3128

[1568]. Cópia de carta de João Gonçalves, prior, para a sua mãe [Évora].

ResumoO autor escreve à mãe uma carta que seria depois copiada e usada por outro padre como denúncia ao arcebispo do comportamento daquele.
Autor(es) João Gonçalves
Destinatário(s) Anónima44            
De Portugal, Évora
Para S.l.
Contexto

O padre Francisco Miranda inclui na sua participação esta carta de João Gonçalves, Prior de Nossa Senhora de Barbacena, arcebispado de Évora, acusado pela inquisição de proposições heréticas e solicitação. A sua inclusão visa denunciar e descrever as culpas do réu ao arcebispo de Évora. A carta original chega às mãos do padre Francisco Miranda através da mãe do réu, que necessitava de alguém que lha lesse. Francisco Miranda, tendo mandado um escrivão copiar esse documento, inclui-o na sua participação, na qual declara o seguinte: "Senhor. Eu não sirvo de outra cousa senão de queimar o sangue a Vossa Ilustríssima Senhoria e, portanto, ouça agora a guarda que tem posta no seu preso, o qual desde o lugar donde está escreveu uma carta a uma filha espiritual sua, a qual filha espiritual tem duas irmãs e com ela são três, e todas três são suas filhas espirituais, e com todas três teve conta, como fazem as alimárias do campo. E pior ainda: esta carta apareceu hoje, 2 d' agosto, nesta cidade d' Elvas, e foi dada ao padre Francisco Madeira, zeloso da honra de Deus e da de Vossa Senhoria e filada de que a lesse pela mãe do preso, dizendo-lhe que, se lha não lesse, que a romperia e queimaria como já fez a outra (e isto tudo porque esta velha, como sabe que seu filho réu esteve infamado com estas e ela mesma o disse, não confia nada delas nem de seu filho para com elas, porque cuida que tudo é inda para a carnalidade antiga). O traslado é o seguinte. [...] Este é o traslado da carta. E como isto foi e o como serão pode haver a primeira carta o licenciado Belchior Alves, de palavra o dirá a Vossa Senhoria. Estas regras debaixo é a fe que dá desta cousa o padre cura Francisco Madeira."

Suporte folha e meia de papel dobrada escrita na frente e no verso do primeiro fólio e no rosto do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 12645, mf. 7504
Fólios 155r-156r
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Leonor Tavares
Contextualização Mariana Gomes
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.

Jesũs

Eu não pude escrever mais nẽ ay para que: vejo q me dizem que por cartas que escrivy me tẽ aqui nesta cassa: dõde estou bem desposto e esperando cada dya despacho. cofio em noso sõr q seja bom: Eu mãdei hũa carta a may não sei se nos foi e não folgaria q se não perdesse e q esta não oubesse nĩgẽ de . Tempo vira em que nos possamos escrever e falar ja q agora asi he: De nos e dessa cassa desejo saber estremo. Brites da costa veo qua trazer seu filho q se foi sem causa e não o vy bem soube que estaveis bem / o q agora folgaria q fizessem todas tres he q fossẽns a cassa de catherina sotil e diante dela e de sua mãy e do Madeyra e de outras pesoas dixessem falando mỹ muito mal de my e q dixessẽ vosas Irmãs q nũqua me vissẽ livre e q seu tyo lhe dixera se me não deitais a longe ese bargante quãdo fordes testas não vos ey de ver mais e q porq Jura-rão contra my e asi outras muitas palavras e ysto para que vos possa a todas por contraditas e dar a essas pesoas por testas e escreverdesme se fizestes ysto e diãte de que pesoas e ysto diligençia e day as cartas a mãy de Aluro que lhas mãde q mas de e dizei se no testemunho que todas destes se dixestes que me queriẽis mal e me não falavẽns porq não tenho outras culpas senão as vossas e destas me cõve defenderme e ysto fazei logo recado e secreto / e esas vigayras não saibão nada de vos nẽ ve-jais e se mo aconselhardes mãdarlhe ey pidir trinta mil reis que em peças e en dineyro me tem pela traycão que me fizerão ela e seu Irmão: nisto vede o q vos pa-rece e Esas señoras desa cassa tẽ de recado q de amy-zade lhe não digão nada: eu Estou muyto bom e cõfio en deos de se acabar esta furia muy azinha e bem differẽte do que cuidão. Com essas nẽ as cadelas das arastas não tenhais cõta. Ora a señora minha comadre me dãy mil desculpas não lhe escrever esta seja sua e faça ysto q cõfio q o fara muyto bem e minha afilhada e a ambas day mil saudades e porq errastes este negoçeo no pncipio agora o açertais e buscay la contraditas mais que vos ponha e de tudo me escrevei e se estais nessas cassas ou se ouve mays algũa mudança e novas da terra e de todo o mais q vos pare-cer necessario e ambas me escrevey largo e mil coussas ora deos seja nesa alma amẽ. nisto não aja discuido


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Guardar XMLDownload textWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow viewVisualização das frases