PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR0316

1620. Carta de António Vaz e António Simões, padres, para Gonçalo Fernandes, do Santo Ofício.

SummaryOs autores querem enviar um pedaço de pão ao destinatário a pedido de uma beata e pedem confirmação do que esta havia dito.
Author(s) António Vaz
Addressee(s) Gonçalo Fernandes            
From Portugal, Crato, Castelo
To Portugal, Lisboa, Rua das Arcas
Context

Este processo diz respeito a Grácia Pires, beata de 25 anos de idade, fiandeira, solteira, natural e moradora no Monte da Roda (Sertã), filha de Domingos Pires (lavrador) e de Maria Gonçalves, acusada de fingimento de visões, revelações e dons especiais. Grácia Pires dizia que era santa e que Nossa Senhora lhe aparecia muitas vezes, sendo que algumas dessas vezes levava o menino Jesus ao colo e lho dava para a mão. Dizia também que faria milagres numa ermida. Por este motivo, a ré foi denunciada por Álvaro Leitão de Abreu, vigário geral da vila da Sertã e sua comarca. A 1 de julho de 1618, o dito vigário mandou que fosse a sua casa o padre António Simões, cura da freguesia de São Simão do Nesperal, de 65 anos de idade, para lhe entregar as cartas relacionadas com Grácia que ele tinha em sua posse. Este entregou-lhe as cartas que se encontram no processo, entre as quais a escrita por Leonor Rodrigues (PSCR0315), cuja parte rasurada continha louvores aos padres António Simões e António Vaz e terá sido o próprio padre António Simões a rasurar. António Vaz, clérigo de missa, cura e reitor da freguesia do Espírito Santo do Castelo, de 45 anos de idade, era padrinho de crisma da ré. Os dois padres eram suspeitos de demonstrar "demasiada paixão" pela moça, apoiando-a e defendo-a em várias ocasiões. Segundo ela, uma mulher que disse ser a Virgem Maria deu-lhe uma vez pão e outra vez algumas moedas, e tudo ela entregou depois aos dois padres. Acabou por confessar que mentiu em tudo o que disse, alegando querer ser vista como virtuosa. Em auto-da-fé de 10 de janeiro de 1621, foi sentenciada a degredo por três anos para Castro Marim, a não voltar a entrar na sua terra e termo, a penitências espirituais e a pagamento de custas.

Support meia folha de papel não dobrada escrita no rosto e no verso.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 7879
Folios 57r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307973
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Fernanda Pratas
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Fernanda Pratas
Transcription date2016

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Na mão do sor gonçalo frz em Lxa no cabo da rua das arquas junto aho resio a quẽ des gde dese a Manoel de frança em a mesma rua pa que me faca m dar esa e aver a resposta.

snor goncalo frz ainda q pesoalmte nos não conhecamos comtudo somos irmãos em christo, as homrras et merces q vm faz a engracia nosa fa espiritual nos as recebemos como se as fizera a nos proprios, ha satisfação dellas dala ha por nos a vm aqquelle sor q he do bode, se alguã cousa se offerecer do serviço de vm estaremos sempre certos pera ho fazer emquanto nossas forças abrangerem esa nosa fa engracia nos dou dizer por seu pai q se ainda tivesemos algũ pam do q ella nos dera no tempo q lho davão lho mandasemos pa ho mostrar a vm hahi vai nessa caxinha o q nella coube, ho qual nos ella deu q lhe dera aquella molher q dizia q era sancta ma mai de Jesu xpo et nos nese foro ho aceitavamos, et tudo ho mais q dizia, et avera quatro anos pouquo mais ou menos q nos deu ho pro de q he esse [...] conforme a nosa lembrança: et nos da conta de suas cousas ha sete anos pouquo mais ou menos et antes deste tempo sempre alcancamos ser boa fa, virtuosa et amiga de des et depois q corre comnosquo ho temos por mto mais certo porq sabemos de sua vida et cousas, mui mais particularmte et em nosas vidas affirmamos ter-nos a sua conversasão feito mto proveito, et sem duvida temos firmemte pa nos q tudo ho q fala nesse sancto tribunal fala verdade: ho q he ou nao nem ella nunqua nollo justifiquou nem nos ho sabemos ho sor se sirva de ho mostrar as claras

filha nosa engracia lembraivos quantas vezes nos avizastes da parte de Jesu xpo em cujo nome vos aceitaveis vosas e nosas et nos as q nos dirieis q tivesemos todos o q nos sobreviese mta paciencia pa q vos tambem a tenhais en tudo ho q neste negocio et em todos os mais se vos offerecer ate morer se for necesario pella pura verdade porq asas ganhareis se deres vosa vida per Jesu xpo, et sendo-a so q nos falte alguã cousa do q dantes tinheis tende panos q he pera q ho sor faz em vos elle como verdadeiro pai se sirva de vos [...] pa q declareis todas vosas couzas na verdade, et vos de forças pa sofreres todo ho q se offerecer, et de ao sor gonçalo frz tudo ho q pode et tanha toda sua casa da sua sancta mãe pa seu servico deste nesperal em 8 de octubro de 620 annos

capelão de vm ho pe Anto Vaz et o pe Anto Simões


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view