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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0521

1780. Carta não-autógrafa de João Rodrigues Caparica, sargento-mor da Praça e ex-mestre de pedreiro, para António José dos Santos, padre reitor, coadjutor e seu procurador.

ResumenO autor pede ao seu amigo procurador que trate de umas dívidas junto do Santo Tribunal.
Autor(es) João Rodrigues Caparica
Destinatario(s) António José dos Santos            
Desde Portugal, Setúbal, Almada, Sobreda
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Este processo diz respeito ao réu João Rodrigues Caparica, natural da Sobreda (Nossa Senhora do Monte da Caparica, Almada), morador na Praça de Farim, em Cacheu (Guiné-Bissau). O réu foi acusado de bigamia por ter casado, pela segunda vez, com Tadeia Varela, natural da Guiné, estando ainda viva a primeira mulher, Bárbara Francisca Xavier, com quem teve três filhos, Silvestre Rodrigues Caparica, oficial de pedreiro, e duas meninas, Januária e Justina, ambas falecidas.

João Rodrigues Caparica era pedreiro na Caparica, mas fora degredado por ter cometido um homicídio. Segundo alguns testemunhos, já tinha sido condenado por injúrias e insultos. Segundo consta do processo, por se ouvir dizer que João Rodrigues Caparica se encontrava em Cacheu e que havia casado com uma nativa, Silvestre Rodrigues Caparica, de 34 anos, seu filho, decidiu pedir ao capitão Pedro Rodrigues (PSCR0523), também do lugar da Caparica, que ia para Cacheu, para confirmar a história. O capitão, junto de João Rodrigues Caparica, soube que este tinha nascido em Setúbal, que não tinha qualquer relação com a freguesia da Caparica, que havia tomado o apelido Caparica e que tão-pouco era pai de Silvestre Rodrigues Caparica, pelo que não poderia ser o homem que procuravam. Soube também que o mesmo conhecia um outro João Rodrigues Caparica, que havia morrido em Cabo Verde.

Bárbara Francisca Xavier, de 54 anos, disse em seu testemunho que, havia 33 anos, se tinha casado com João Rodrigues Caparica, o qual era filho de Pedro Rodrigues e de cuja mãe não lembrava o nome, e que ele tinha sido degredado há 17. Inicialmente, tivera notícias dele através de cartas que ele mandava escrever por não saber fazê-lo e, por isso, sabia que ele estava em Cacheu. No entanto, já não recebia cartas há cerca de 15 anos, tendo sabido por um trabalhador que ele tinha casado com uma negra.

Bernardo de Azevedo Coutinho, capitão-mor e autor da carta PSCR0522, morador em Setúbal, na Rua "das Retroseiras", da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, de 45 anos, também tinha morado em Cacheu. Disse saber que o réu era lá casado com outra mulher e que tinha filhos com ela. Disse também que recebera pedidos de um filho de João Rodrigues Caparica, a pedir-lhe que escrevesse ao seu irmão, Francisco José de Azevedo Coutinho, que se encontrava a morar em Farim, para pedir ao pai que lhe enviasse notícias. Segundo ele, nunca houve resposta a estas cartas. A carta dirigida a Francisco José de Azevedo Coutinho (PSCR0522) foi encontrada durante o inventário dos bens do mesmo, após a sua morte.

João Rodrigues Caparica foi preso a 10 de junho de 1780, mas acabou por ser libertado logo a 16, por se ter concluído que houvera confusão, não se tratando da pessoa que procuravam, mas de outro homem com o mesmo nome e com uma história de vida muito parecida, mas filho de Pedro Rodrigues.

António José dos Santos, padre, ficou procurador do réu por este não saber ler nem escrever.

Soporte meia folha de papel não dobrada, escrita no rosto e no verso.
Archivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fondo Inquisição de Lisboa
Referencia archivística Processo 1485
Folios 66r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2301380
Transcripción Leonor Tavares
Revisión principal Raïssa Gillier
Contextualización Leonor Tavares
Normalización Raïssa Gillier
Fecha de transcipción2015

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Snr Jose dos Santos

Estimarei a sua boa saude em companhia de ttudo que lhe dis respeito eu aqui cheguei mto duente mais estou com Algumas milhoras ainda q poucas mais de toda sorte fico para servir a Vmce o q agora me afelige mto he hum defluço q me quahio nos- olhos Dou Partte a Vmce de q aqui veio huma cartta do Sto tribunal emtregue ao Cura de N Snra do monte em que vinha pa eu esplicar de qdo eu hera devedor ao Capam e pa contar toda a verde o Coal tinha esplicado em Sto trobunal a propia verde q agora espliquei na da carta e ja o tinha ditto a Vmce e agora o torno a deClerar ao do Capam devo seçenta e Coatro mil Reis pasaje de Coatro escravos q me troçe emte o Maranhão e mais Cinco mil e quinhentos de porcedido do pouco de dóçe e de bobidas e cincoenta mil Reis q lhe ajurei de lhe dar do me trazer de guiné emté o Maranhão e de me sotentar a sua menza comforme a minha pessoa o Coal fes o contrario q vindo eu duente emcapas de vir aRiba elle me respondia se o queria comer q vieçe aRiba mais tudo isso deixo na enleição daqueles senhores dese Sto trobunar q tudo q fizer dou por bem feito e de Vmce Como meu Procurador e amigo e me mandarei a resposta de tudo q se paçe Heu me recomendo Com mtas saudes e lebranças a todas eesas minhas senhoras e meninas a qm Ds gde ms ans Sobreda 6 de Junho 1780

Deste seu amigo e mto Venerador do C João Roz Caparica

o Portador desta vai bem cedo pa Vmce ter tempo de falar no Sto trabunar e se lhe apareçer amotrara a da carta como Procurador pode requerei a meu favor a respta de cincoenta mil Reis da pasaje


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